Alunos com conhecimento da literatura brasileira em clássicos marcaram o vestibular, garantindo pontos em questões de fundamentação.
🖥️A expectativa é que os resultados saiam até o fim da próxima semana, mas para alguns, já é uma realidade. Com o objetivo de se preparar para o vestibular da Fundação Getúlio Vargas (FGV), alguns estudantes abandonaram as redes sociais, focando em seus estudos.
Apesar disso, alguns estudantes que se preparavam para o vestibular da Fundação Getúlio Vargas (FGV), perceberam que o tempo passou, e os resultados ainda não tinham saído. Segundo eles, a espera é longa e desgastante, mas eles não se deram por vencidos, mantendo a esperança de que seus esforços pudessem ser recompensados.
Competência digitais em foco no vestibular da FGV.
Dois dos candidatos inscritos para o concurso público da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizado no dia 30 de outubro, reclamaram da pergunta que exigia conhecimento sobre um clássico da literatura brasileira que viralizou nas redes sociais, no início de maio. A questão em questão foi publicada na conta do X (antigo Twitter) e no Instagram. Para os ‘não conectados’, havia uma única chance de acertar a resposta: saber exatamente o ano de publicação de um clássico da literatura brasileira, que foi mencionado em um vídeo da escritora norte-americana Courtney Henning Novak, de 45 anos. Este conteúdo viralizou no TikTok e no Instagram. ‘É preciso ser cronicamente on-line para fazer a prova da FGV’, protestou uma aluna. ‘Zoado cobrar datas’, escreveu outro jovem. Procurada pelo g1 para comentar a repercussão, a FGV não se pronunciou até a última atualização desta reportagem. Veja a questão abaixo, tente respondê-la e, em seguida, entenda quais conhecimentos literários seriam necessários para acertá-la: 📖
Contexto e fundamentação.
A questão traz um contexto enxuto: menciona a norte-americana que, depois de se desafiar a ler um livro de cada país do mundo, fez sucesso ao falar da obra que escolheu para representar o Brasil. ➡️A FGV não menciona o nome da pessoa no enunciado, mas é Courtney Henning Novak, escritora e podcaster americana, que mostrou seu ‘desespero apaixonado’ por um dos nossos clássicos. ‘Preciso ter uma conversa com o pessoal do Brasil. Por que não me avisaram antes que este é o melhor livro já escrito? O que vou fazer do resto da minha vida depois que terminá-lo?’, disse Novak, no vídeo que viralizou no TikTok.
Conhecimento intermediário.
Os candidatos que acompanharam essa história na internet certamente levaram poucos segundos para acertar a resposta: alternativa ‘C’, ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, obra publicada pelo autor brasileiro Machado de Assis (1839-1908) em 1881. É preciso dizer que a repercussão do vídeo da norte-americana extrapolou as redes sociais, e o livro passou a liderar o ranking de ‘mais vendidos’ de um grande site de compras. Diversos veículos de imprensa produziram reportagens sobre a ‘resenha viral’ (como o próprio g1 e o Jornal Nacional). Um aluno que tenha acompanhado essas matérias, mesmo sem usar TikTok, poderia ter acertado. Mas não necessariamente foi o caso de quem passou o ano mergulhado nos livros e nas apostilas. ‘É uma pergunta que testa, na verdade, o quanto que o candidato está antenado com os acontecimentos importantes no país. Dentro de atualidades, ela cabe. Como literatura, não. Ela sequer exige que o aluno saiba quem é Machado de Assis para entender por que o vídeo viralizou’, afirma Maurício Soares, professor de Literatura do Curso Anglo. André Barbosa, docente do Colégio Oficina do Estudante, diz que ‘o candidato que desconhece completamente a referência desconhece também os principais tópicos de cultura comentados em grandes mídias’. ‘A viralização do conteúdo em questão tornou o fato comentado em grandes portais’, afirma. ➡️Outra ‘saída’ para quem não usou redes sociais neste ano seria ter alguma noção de cronologia literária: entre Guimarães Rosa (1908-1967), Fernando Sabino (1923-2004), Machado de Assis (1839-1908), Euclides da Cunha (1866-1909) e Graciliano Ramos (1892-1953), os únicos que se destacam pela produção literária entre 1881 e 1881.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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