Funcionário de cemitério em São Paulo atua como cerimonialista, conduzindo entrevista para escrever e leitura da história da pessoa falecida em um Jardim, como repórter, sobre biografia, morte, cova e família, sem burocráticas.
Em um cenário marcado pela morte, um cerimonialista, ex-padre, ganhou destaque em São Paulo por realizar despedidas de finados com sensibilidade e agilidade, semelhante a um repórter com o prazo para entregar o texto. Essa prática, comum nos Estados Unidos, começa a ganhar força no Brasil.
Leonardo Calazans, o cerimonialista, compartilhou sua biografia com uma repórter, revelando a jornada que o levou a se tornar um profissional de despedidas. Durante a entrevista, ele mencionou a importância de se preparar para a morte, e como isso o leva a encontrar conforto em realizar uma despedida digna. Sua conversa foi marcada pela sensibilidade, enquanto ele compartilhava sua experiência de realizar cerimônias em locais como o Cemitério Cerejeiras, na zona sul de São Paulo. Em uma dessas cerimônias, ele havia feito uma leitura especial para uma família, trazendo alívio à tristeza que assolava os familiares da pessoa falecida. Além disso, ele mencionou que, em vez de uma cova comum, algumas famílias optam por uma sepultura personalizada em um jardim de memória, como o Jardim da Memória, em São Paulo, onde a Ângela havia escolhido o local para descanso eterno. A jornalista que o entrevistou notou que seu trabalho era uma forma de ajudar as pessoas a lidar com a perda, e que sua metafísica pessoal influenciava a forma como ele abordava a morte. Apesar das burocráticas dificuldades, Leonardo continuava em sua missão de transformar a forma como as pessoas encaravam a morte. Sua repórter, que o havia entrevistado anteriormente, estava agora preparando um roteiro para um perfil que seria publicado em um jornal, destacando sua perfil como um guia para lidar com a perda. O objetivo era criar um perfil de um profissional que não apenas ajudava a lidar com a morte, mas também o ajudava a encontrar um conforto na dor. A morte era um tema delicado, mas, com a ajuda de profissionais como Leonardo, as pessoas podiam encontrar uma maneira de lidar com a tristeza e encontrar um conforto. A morte era um tema natural que todas as pessoas enfrentavam, e, com a ajuda de profissionais como Leonardo, as pessoas podiam encontrar uma maneira de lidar com a tristeza e encontrar um conforto.
Uma profissão única: entrevistar para contar a história da vida
Em um ambiente sombrio como o de um cemitério, onde a morte é inevitável, o cerimonialista Leonardo Calazans dos Santos, 42 anos, trabalha para transformar esses momentos de dor em homenagens à vida. No último cemitério da zona sul de São Paulo, no Jardim Ângela, ele faz um trabalho que requer sensibilidade e habilidade: entrevistar familiares, redigir a história da pessoa morta e ler ao lado da cova antes do enterro. Desta forma, o cerimonialista busca um equilíbrio entre a tristeza pela perda e a ação de celebrar a vida daquele que partiu. Já escreveu mais de 500 textos, e a resposta é, em geral, muito positiva.
Um roteiro não é sempre necessário
A entrevista com os familiares e amigos dura cerca de meia hora e, a princípio, Leonardo usava um roteiro. No entanto, ele afirma que às vezes surge uma conversa paralela mais interessante do que a pergunta que ele fiz. Após a entrevista, ele vai para o escritório do cemitério e escreve a história da pessoa morta, levando cerca de uma hora. Em seguida, ele está pronto para ler a biografia de 700 a 800 palavras ao lado do caixão, antes do enterro. O cerimonialista consegue fazer dois textos por dia, e é raro quando ele faz três. Apesar de a maioria das pessoas concordarem com o perfil da pessoa morta, nem sempre é assim. ‘Em um caso, com diversos filhos, os mais velhos tinham uma experiência de mais rigidez com o pai. Os mais novos viam uma pessoa mais prestativa, religiosa. Na verdade, são épocas diferentes da mesma pessoa’, explica o cerimonialista.
Fonte: @ Terra
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