Desafios na estratégia vencedora de incorporadores imobiliários: custos inesperados, mudanças radicais nas estruturas e vacâncias nos escritórios. Incentivos fiscais são essenciais.
A maioria dos brasileiros reconhece a importância da regra número 1 no mercado imobiliário: ‘localização, localização, localização’.
Quando se trata de escritórios, a localização é fundamental. Os escritórios comerciais bem localizados são disputados por empresas que buscam espaços de trabalho estratégicos para seus negócios.
Transformando Edifícios de Escritórios em Espaços Residenciais
Mas para alguns, existe uma nova abordagem vencedora: ‘reciclar, reciclar, reciclar’. Um número crescente de edifícios comerciais encontrou uma segunda vida como apartamentos, impulsionados pelo movimento do home office da era Covid, que reduziu a frequência nos escritórios e diminuiu a agitação dos centros das cidades. Dividir espaços de trabalho amplos e estéreis em lares acolhedores é um desafio complexo. Os incorporadores imobiliários afirmam que esses projetos podem ser comparados a resolver um quebra-cabeça: os edifícios de escritórios são concebidos com considerações muito distintas dos apartamentos.
Como a vacância de escritórios atingiu um recorde de 20,1% nos Estados Unidos no segundo trimestre deste ano, de acordo com um relatório recente da Moody’s Analytics, e a oferta de moradias permanece persistentemente abaixo da demanda, governos locais têm intensificado os incentivos para a conversão de edifícios comerciais. Isso inclui benefícios fiscais e processos de aprovação mais ágeis para os incorporadores imobiliários interessados em remodelar os espaços.
Cerca de 70 milhões de pés quadrados (aproximadamente 65 milhões de metros quadrados) de espaço de escritórios, representando 1,7% da oferta total dos EUA, estavam em processo de conversão para outros usos nos primeiros três meses de 2024, conforme um relatório recente da empresa imobiliária comercial CBRE. Estima-se que 63% dessas conversões sejam destinadas a habitações multifamiliares.
The Crosby, um edifício de apartamentos inaugurado em 2020 no bairro de Koreatown, em Los Angeles, é um exemplo prático dessa tendência. Apesar de parecer um arranha-céu de luxo à primeira vista, com comodidades como academia e deck da piscina, os residentes das 336 unidades podem não saber que o prédio era a antiga sede da empresa de petróleo e gás Texaco na Costa Oeste. A transformação de um espaço de escritórios como o da Texaco em unidades residenciais de luxo requer uma reformulação completa, segundo Jaime Lee, CEO do Jamison Group, proprietário do edifício.
A conversão de edifícios comerciais em residenciais implica desafios significativos. Diferentemente de um layout de escritório convencional, cada unidade de apartamento deve incluir banheiros e cozinhas, o que demanda ajustes no encanamento. Além disso, a maioria dos edifícios de escritórios possui sistemas de ar condicionado central, que precisam ser substituídos por unidades individuais de refrigeração e aquecimento. Em alguns casos, os custos do projeto podem ultrapassar as expectativas iniciais, especialmente em edifícios antigos com uma história de múltiplos inquilinos ao longo dos anos.
Fonte: © CNN Brasil
Comentários sobre este artigo