Programa de Ação para Controle da Malária (PACM) investiu R$ 46 milhões em prevenção e diagnóstico para reduzir notificações da doença na rede de saúde.
A malária, uma das doenças infecciosas mais desafiadoras do mundo, continua a colocar à prova a capacidade de resposta do sistema de saúde, com 249 milhões de pessoas infectadas anualmente em todo o mundo, sendo o Brasil um dos países mais afetados, com mais de 30% dessas infeccções ocorrendo na região amazônica. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a malária é responsável por 608 mil mortes em apenas um ano.
Na região amazônica, o programa de controle da malária tem sido fundamental para o combate a essa doença infecciosa. A inovação no tratamento e a implementação de métodos mais eficazes de prevenção estão sendo usados para reduzir a incidência da malária. Além disso, a doença é frequentemente confundida com outras condições, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento. Portanto, a infecção é um desafio que requer atenção contínua e estratégias de combate eficazes.
Um Projeto de Sucesso
A malária é uma doença infecciosa causada pela fêmea do mosquito Anopheles, infectada por alguma espécie do protozoário do gênero Plasmodium. No sudoeste do Pará, um projeto de controle da doença conseguiu reduzir os casos em até 99%, oferecendo um modelo de sucesso para outras áreas endêmicas. O
Programa de Ação para Controle da Malária (PACM)
foi desenvolvido pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, com o objetivo de combater a malária em seis municípios da região Norte do Brasil.
Com um investimento de R$ 46 milhões, o PACM aplicou recursos em infraestrutura de saúde, veículos, medicamentos e na contratação de profissionais. O programa foi implementado em parceria com secretarias municipais e o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), com o intuito de criar
uma rede local de vigilância e tratamento
. De acordo com dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep), em Altamira, o número de casos de malária caiu de 10.838 em 2011 para 875 em 2023. Em Pacajá, que enfrentava uma epidemia em 2011 com 4.563 casos, o número caiu para 58 ocorrências em 2021.
Esses números indicam a eficácia das ações preventivas, embora a continuidade dos resultados dependa de esforços contínuos e do suporte institucional. A malária causa febre alta, tremores e dor de cabeça, e em casos graves, pode levar a quadros de convulsão, alteração da consciência, hemorragia e evoluir para óbito. A expansão das medidas do PACM deixou sua marca na saúde pública da região. Izis Mônica Sucupira, coordenadora do Monitoramento da Transmissão de Malária e Leishmanioses, afirmou que o programa deixou para a região uma rede de saúde estruturada para dar continuidade às ações de controle e de prevenção, um legado essencial para a sustentabilidade do projeto.
A replicação do modelo em outras áreas endêmicas do país exige uma avaliação cuidadosa, considerando as particularidades de cada região. Entre 2021 e 2023, o programa foi mantido por meio de um termo de compromisso entre a Norte Energia e o Ibama, e seus métodos são vistos como uma base para o desenvolvimento de novas iniciativas de controle da malária em outros locais do Brasil.
Fonte: @ Veja Abril
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