O sistema de castas na Coreia do Norte determina moradia, estudo, trabalho e acesso a alimentos e remédios, influenciado pelo modelo de classificação social e origem familiar.
Você já parou para se perguntar como era a situação social de seus antepassados nos anos de 1940? E qual era a reputação política deles? Para a maioria das pessoas, essas informações podem parecer sem importância, no entanto, na Coreia do Norte, elas são cruciais para a definição do songbun modelo de classificação social de cada indivíduo.
O songbun é um modelo de classificação social utilizado no país, determinando não só o acesso a empregos e serviços, mas também influenciando o tratamento dado pelo governo. Em uma sociedade onde o songbun é fundamental, as ações dos antepassados podem ter um impacto significativo na vida das gerações futuras, reforçando a importância desse sistema de classificação social.
O rígido modelo de classificação social e sua influência no cotidiano
O país da Coreia do Norte é regido por um sistema de castas conhecido como songbun, que condiciona todos os aspectos da vida dos norte-coreanos. Essa expressão, que significa origem familiar, determina desde o nascimento até as oportunidades de educação e emprego de cada indivíduo. Mesmo com a negação oficial do governo, documentos e testemunhos de exilados revelam a existência e a influência desse sistema em toda a sociedade.
A história do modelo de classificação social na Coreia do Norte
A origem do songbun remonta à primeira metade do século 20, quando a Coreia estava sujeita ao domínio colonial japonês e seguia uma sociedade feudal confucionista, com forte hierarquização. Com a divisão entre o Norte comunista e o Sul capitalista após a Segunda Guerra Mundial, o regime socialista de Kim Il-sung adotou influências stalinistas e confucionistas para estabelecer um sistema de classificação social baseado no histórico familiar de cada cidadão.
As subclasses do modelo de classificação social e suas repercussões
No songbun, existem três categorias principais: os ‘haeksim’, considerados leais ao regime e privilegiados; os ‘choktae’, considerados hostis e discriminados; e os ‘dongyo’, intermediários com lealdade ambígua. Dentro dessas categorias, há cerca de cinquenta subclassificações que determinam o acesso a serviços básicos, oportunidades de educação e empregos nos diferentes setores da sociedade.
A aplicação prática do sistema de castas na Coreia do Norte
O songbun é registrado em documentos confidenciais do Estado e influencia diretamente a vida dos norte-coreanos. As famílias conhecem sua posição social com base no local de residência, acesso a serviços públicos e empregos atribuídos. Casamentos entre diferentes categorias são raros devido às restrições impostas pelo sistema de classificação social, que determina o destino e as condições de vida das próximas gerações.
O impacto do songbun na sociedade norte-coreana
O controle social exercido pelo sistema de castas reforça a ideia de responsabilidade coletiva, em que as ações individuais afetam toda a família. Mesmo com expurgos frequentes e a manutenção de arquivos de classificação em sigilo, o songbun permanece como um dos principais instrumentos de controle do regime de Kim, moldando as relações e oportunidades dos cidadãos norte-coreanos de acordo com sua origem e lealdade ao partido único.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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