Moradores de favela, incluindo manicure e ativista, debatem a reclassificação da Rocinha pelo IBGE em um salão de beleza.
A Rocinha, considerada uma das favelas mais famosas do mundo, voltou a ser a maior favela do Brasil em número de residentes e domicílios após o censo de 2022, realizado pelo IBGE. A cidade se destaca como uma das mais populosas do país, com um cenário único, onde se misturam moradias humildes e casas luxuosas em meio a uma estrutura de paredes e escadas.
As ações positivas da sociedade na favela incluem a abertura de salões de beleza, como o de Rosemary, em uma lavanderia, e as atividades de Maria Consuelo, uma articuladora social comunitária, que trabalha com grupos de entregadores de alimentos e organizações responsáveis por oficinas de informática. A participação feminina na liderança comunitária ajuda a transformar a Rocinha em um local mais inclusivo e forte, permitindo que as pessoas melhorem suas condições de vida.
Uma Visão de Futuro para a Rocinha: Empreendedorismo e Inclusão
Rocinha, uma comunidade vibrante no Brasil, é conhecida por sua resiliência e capacidade de se adaptar às mudanças. Nesse cenário, destacam-se figuras como Rosemary Pereira Cavalcante, 57 anos, que, há oito anos, abriu as portas do Studio Tetemere, um salão de beleza localizado no coração da favela. Além de cuidar do seu negócio, Rosemary também atua como uma ativista social, cuidando de José Severino, de 85 anos, que, sem sua ajuda, estaria sozinho em casa. ‘A Rocinha precisa de uma instituição para os idosos com urgência’, afirma Rosemary, ‘pois as pessoas vão trabalhar e deixam as crianças nas creches, mas os idosos ficam sozinhos em casa’.
O Empreendedorismo em Ação
O empreendedorismo é uma força motriz na Rocinha, como demonstrado pelo sucesso do Studio Tetemere, que foi possível graças à ajuda do Sebrae. Esse tipo de iniciativa é comum nas favelas do Brasil, onde as pessoas encontram maneiras criativas de superar obstáculos e criar oportunidades. A Rocinha, em particular, tem uma rica história, tendo sido uma rota de fuga para escravos em direção aos quilombos. Hoje em dia, a comunidade se reorganiza, com ativistas sociais como William de Oliveira, 54 anos, que, como ativista social, luta por seus direitos e pela reivindicação de serviços básicos.
As Lutas Continuam
A volta da Rocinha como a maior favela do Brasil, de acordo com o IBGE, em 2023, trouxe uma sensação de orgulho, mas também a realidade das necessidades ainda não atendidas. Maria Consuelo Pereira dos Santos, uma escritora e articuladora social comunitária, 61 anos, relata perdas significativas, incluindo agências bancárias e postos de correios. Ela liderou uma campanha e um abaixo-assinado, brigou pela causa, e, graças a Deus, houve uma recontagem. ‘Fizemos uma campanha, abaixo-assinado, brigamos. Os bancos federais fazem muita diferença para a gente’, afirma.
Uma Nova Era de Empoderamento
A volta da Rocinha ao topo trouxe uma sensação de euforia, mas também a pergunta: ‘O que isso traz de benefícios?’ para os moradores. Antonio Carlos Firmino, fundador e diretor do Museu Sankofa, desde 2009, não se empolga com o título de maior favela, pois os problemas continuam. Segundo Firmino, o que traria benefícios seria uma maior organização das instituições locais, reivindicando direitos básicos. ‘Eles viriam se nós, moradores, formos mais organizados através das instituições locais e reivindicarmos nossos direitos básicos’, afirma.
Fonte: @ Terra
Comentários sobre este artigo