Nota técnica da Sociedades de Infectologia do Brasil e do Rio Grande do Sul, em parceria com Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul: Estado de calamidade em municípios do Rio Grande do Sul. 83 mortos, 111 desaparecidos. Riscos: Leptospirose. Causas: Fortes chuvas, ambiente propício. Animais infectados: Ratos. Água contaminada. Exposição continua. Estudos pela Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Gaúcha de Infectologia e Organização Mundial da Saúde.
O governo federal declarou estado de calamidade pública em 336 municípios do Rio Grande do Sul no último domingo, 5, em decorrência das intensas chuvas na região, um cenário propenso para a propagação da leptospirose, uma doença bacteriana transmitida através da urina de animais contaminados.
A leptospirose, uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, representa uma ameaça nos momentos pós-desastres naturais, como inundações. A contaminação pode ocorrer pelo contato com água ou lama contaminadas, sendo importante garantir medidas preventivas para evitar a disseminação da leptospirose, como a vacinação de animais e a higienização adequada dos locais afetados.
Aumento do Alerta sobre Leptospirose Após Calamidade Pública no Rio Grande do Sul
Diante do estado de calamidade pública instaurado em diversos municípios do Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas, a Sociedade Brasileira de Infectologia, juntamente com a Sociedade Gaúcha de Infectologia e a Secretaria da Saúde do Estado, emitiu uma nota técnica destacando o elevado risco de leptospirose e a importância da profilaxia para prevenção da doença.
A leptospirose é uma doença infecciosa ocasionada pela bactéria Leptospira, geralmente adquirida por contato com água ou solo contaminados pela urina de animais como ratos. Em situações de enchentes, o ambiente propício para propagação da doença se intensifica, aumentando o perigo para indivíduos expostos às águas contaminadas.
Embora o uso de antimicrobianos não seja comum, a nota ressalta que em contextos de alto risco, onde há exposição contínua a enchentes e águas contaminadas, esta intervenção pode ser considerada. Embasada em estudos, incluindo diretrizes da Organização Mundial da Saúde de 2003, a orientação destaca o potencial benefício do uso de medicamentos nesses casos, como é observado no Rio Grande do Sul.
A recomendação principal das entidades é o emprego de doxiciclina, administrada em dose única para adultos em pós-exposição de alto risco. Para crianças, a dosagem é calculada conforme o peso corporal, com dose máxima estabelecida. Alternativamente, a azitromicina pode ser usada sob as mesmas condições.
Para identificar indivíduos em situação de elevado risco e aptos ao uso de medicamentos de emergência, as diretrizes abrangem equipes de socorristas e voluntários expostos à água de enchente por período prolongado, quando os equipamentos de proteção não garantem segurança, e pessoas que tiveram exposição prolongada à água de enchente, sob avaliação médica criteriosa.
No que tange à profilaxia, as instruções para a doxiciclina incluem uma dosagem de 200 mg por via oral, em dose única para adultos em pós-exposição de alto risco. Enquanto para a azitromicina, a recomendação é de 500 mg por via oral, em dose única para adultos em situação semelhante. É essencial seguir rigorosamente essas orientações para prevenir complicações decorrentes da exposição à leptospirose.
Fonte: @ Estadão
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