Chuvas danificaram muitos remédios para tosse, suores, falta de apetite, emagrecimento, noturnos e problemas respiratórios.
O estado do Rio Grande do Sul, afetado pelas inundações recentes, está se esforçando para prevenir a propagação da tuberculose entre a população que enfrentou semanas de frio e alagamentos. O hospital sanatório Paternon, vinculado à rede de saúde estadual, destaca-se no tratamento da tuberculose e tem sido fundamental nesse período de crise.
Além disso, é crucial manter a vigilância para evitar o surgimento de outras doenças decorrentes das condições precárias após as enchentes. A conscientização sobre os sintomas e a busca por atendimento médico são essenciais para proteger a população e combater a propagação de qualquer doença no estado.
A importância do controle da tuberculose em abrigos
A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da Secretaria de Estado e Saúde, Carla Jarczewski, tomou medidas cruciais junto aos abrigos para conter a propagação da doença. Ela ressaltou que a aglomeração é um fator que favorece o contágio da tuberculose. Desde o início da enchente, houve um esforço significativo na identificação de indivíduos com sintomas respiratórios, como tosse, suores noturnos, falta de apetite e emagrecimento, que são sinais característicos do quadro respiratório, com destaque para a tosse, com ou sem catarro.
Carla enfatizou a importância de identificar rapidamente as pessoas com diagnóstico confirmado e orientou-as a usar máscaras comuns para evitar a disseminação do bacilo. Ela também mencionou que muitos pacientes que estavam em tratamento domiciliar contra a tuberculose perderam seus medicamentos devido às enchentes, juntamente com suas casas e documentos. Portanto, é crucial restabelecer a medicação o mais rápido possível.
Impacto das enchentes na propagação da tuberculose
Carla Jarczewski ressaltou que a aglomeração durante as enchentes pode ter contribuído para a disseminação da tuberculose no Rio Grande do Sul. Ela explicou que, devido à natureza da tuberculose como uma doença de notificação compulsória, os dados podem demorar a ser registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Portanto, ainda é cedo para avaliar o impacto das enchentes nos casos de tuberculose no estado.
A diretora técnica do Hospital Sanatório Paternon, Clara Jarczewski, destacou que os números concretos sobre os casos de tuberculose relacionados às enchentes provavelmente só estarão disponíveis no final do ano, quando os registros forem finalizados. Ela ressaltou a importância de monitorar de perto a situação e agir com base em dados concretos.
Desafios enfrentados pela população em situação de rua
Os casos de tuberculose entre pessoas em situação de rua no Rio Grande do Sul têm aumentado progressivamente nos últimos anos. Em 2017, foram registrados 188 casos, número que subiu para 250 em 2022, representando um aumento de pouco mais de 5%. Essas pessoas enfrentam desafios únicos devido à natureza do tratamento da tuberculose, que requer no mínimo seis meses de terapia.
O Hospital Sanatório Paternon atua como suporte fundamental para o tratamento da tuberculose nesse grupo vulnerável. Clara Jarczewski ressaltou que os pacientes em situação de rua têm 56 vezes mais chances de contrair tuberculose do que a população em geral. Ela destacou a dificuldade de garantir a adesão ao tratamento completo e expressou preocupação com os desfechos negativos observados em alguns casos.
Essas questões evidenciam a importância de um controle eficaz da tuberculose, especialmente em contextos de vulnerabilidade social, onde o acesso à saúde e a continuidade do tratamento representam desafios significativos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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