Fundada por Ana Clara Schneider, a Sondery atua na consultoria e representatividade no mercado, oferecendo editorial, acessibilidade e capacitações em técnicas de empreendedorismo, experiências de compra da pessoa com deficiência, ativismo sobre a cultura da inclusão e empreendedorismo.
Em 2011, a publicitária Ana Clara Schneider teve uma experiência marcante ao contemplar uma versão tátil da famosa pintura A Última Ceia, do renomado artista Leonardo da Vinci. Essa obra de arte, criada em 1498, agora oferecia uma nova forma de apreciação, permitindo que as pessoas com deficiência tivessem acesso a uma experiência única.
Essa experiência inspirou Ana Clara a refletir sobre a importância de inclusão e acessibilidade em todas as esferas da sociedade, especialmente em áreas como a arte e a cultura. A criação de soluções que atendam às necessidades das pessoas com deficiência é fundamental para que todos possam se sentir integrados e valorizados. A inclusão desses recursos pode ser um grande passo em direção a uma sociedade mais justa e equitativa, onde as oportunidades sejam iguais para todos, independentemente de suas limitações.
Acessibilidade no Mercado Editorial e Inclusão Digital
A princípio, minha conexão com a profissão de consultoria, de representatividade e acessibilidade se deu através de experiências de compra da pessoa com deficiência, tanto em lojas físicas quanto no ambiente de e-commerce. Essa experiência inicial me levou a perceber a necessidade de aumentar a representatividade de pessoas com deficiências na publicidade, tornando-a uma meta pessoal. Seis anos depois, a empreendedora fundou a consultoria Sondery, a qual já participou de 100 projetos executados em 70 clientes. Esses projetos incluem campanhas para marcas como Burger King, Lacta e Bradesco, e renderam um faturamento de R$ 2,5 milhões.
A inspiração para a iniciativa veio diretamente da família, onde tenho uma prima com Síndrome de Down. Acompanhei todo o seu crescimento desde o início da adolescência, e as experiências que vivi ao seu lado me fizeram me especializar no assunto. Passei a fazer cursos de libras, audiodescrição e a participar de eventos relacionados ao tema, incluindo ativismo sobre a cultura da inclusão. Continuar lendo
Ainda trabalhando em uma agência de publicidade, fui tentar inserir iniciativas, como descrição de imagens nas redes sociais, mas enfrentei resistência no mercado. Percebi que deveria me dedicar a isso e pedi demissão em 2016. Ao mesmo tempo, comecei a fazer capacitações técnicas de empreendedorismo, o que me permitiu entender melhor a necessidade de criar uma consultoria focada em oferecer serviços para consumidores com deficiência. Saiba mais
A escolha de abrir uma consultoria e não uma agência de publicidade foi fundamental para o sucesso da empresa. A cultura da agência pode ser opressora, e eu queria ter algo diferente. Meu objetivo era ser uma fonte de informação, trazendo respostas e ferramentas para agências e empresas sobre como reconhecer um consumidor com deficiência.
Lançada em 2017, a consultoria começou com palestras e oficinas, e mais tarde ofereceu serviços de libras, audiodescrição e legendas. Um fator fundamental para atrair os clientes é a contratação de consultores que são profissionais com deficiência que fazem sentido para aquela experiência específica. Por exemplo, para um comercial que representa a comunidade surda de alguma forma, contratamos consultores que possuem essa deficiência. A curadoria e a seleção de consultores por projetos faz com que a gente seja mais assertivo na nossa entrega.
Fonte: @ PEGN
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