Artigo de Luciano Amaral destaca a importância da reabilitação de terrenos para valorização dos bairros, envolvendo atividades industriais e comércio.
São Paulo testemunhou ao longo dos anos uma variedade de atividades industriais, postos de gasolina, oficinas mecânicas, estacionamentos e outros tipos de comércio que, embora tenham sido cruciais em sua época, agora demandam um olhar atento das incorporadoras. Observar esses aspectos é essencial para garantir a qualidade de vida, o sono tranquilo e a segurança do recatalogueamento.
Além disso, é importante considerar a necessidade de reabilitação desses espaços para promover um ambiente urbano mais sustentável e seguro. O recatalogueamento e a reabilitação dessas áreas podem contribuir significativamente para a preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade, além de proporcionar novas oportunidades de desenvolvimento e crescimento econômico.
Recatalogueamento: Transformando Áreas Contaminadas em Ativos Valiosos
Bairros como Barra Funda, Ipiranga, Chácara Santo Antônio e Interlagos são exemplos de regiões que abrigaram esses comércios e, atualmente, se tornaram áreas altamente disputadas para novos empreendimentos. Além desses, as regiões da Marginal Pinheiros e Tietê, historicamente ocupadas por atividades industriais e que passaram por processos de retificação e aterro, hoje são locais em plena transformação urbana, sendo alvo de intensa produção imobiliária, resultado da infraestrutura robusta e serviços abundantes.
A participação das incorporadoras na reabilitação de áreas contaminadas ou degradadas não só é essencial, como também uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento sustentável do território urbano. Tais áreas, que outrora representavam um passivo para a cidade, são transformadas em ativos de grande valor social e econômico.
No Estado de São Paulo, contamos com a CETESB, uma autoridade pioneira e referência mundial no gerenciamento de áreas contaminadas. Com um sólido arcabouço técnico e legal, o estado oferece a segurança necessária para o processo de reutilização dessas áreas.
Quando uma incorporadora se compromete com este desafio ela está ciente de que o caminho envolve investimentos elevados, uma vez que são necessárias investigações rigorosas e intervenções complexas para a remediação do solo e da água. Este processo, que demanda diversas equipes multidisciplinares, pode levar anos, mas ao final resulta na recuperação de um terreno antes inóspito.
Por isso, o mercado imobiliário se destaca como o maior promotor da reutilização de áreas contaminadas. As incorporadoras adquirem terrenos outrora utilizados por atividades poluidoras, transformando-os em espaços habitáveis e produtivos, alinhados às necessidades urbanísticas da sociedade atual.
Esse movimento também é um freio ao espraiamento urbano, que tanto ameaça as áreas verdes ao redor do município, como as represas de Guarapiranga, Billings e a Serra da Cantareira. Assim, protege-se não apenas os mananciais, mas também a rica biodiversidade, com destaque para os remanescentes da Mata Atlântica.
Um exemplo emblemático desse processo de reabilitação é o Parque Global. O terreno, que anteriormente era um bota-fora de material dragado do Rio Pinheiros, hoje se transformou no maior complexo urbanístico da América Latina, abrigando um bairro planejado e dotado de importantes certificações de sustentabilidade. Este empreendimento, avaliado em R$ 12,4 bilhões de VGV, é hoje um marco de valorização regional.
Outro projeto digno de nota é o Art Boulevard, localizado na Avenida Cidade Jardim. A obra, já em andamento com escavações e fundações concluídas, se desenvolve em um terreno que anteriormente abrigava um famoso posto de gasolina. Para que pudéssemos dar início à construção, foi necessário um cuidadoso processo de remediação.
Mesmo com cases de sucesso e reconhecendo a importância do desenvolvimento sustentável para o município, o Brasil ainda carece de mecanismos que
Impulsionando o Recatalogueamento na Reabilitação Urbana
possam acelerar e incentivar a recuperação de áreas degradadas. O recatalogueamento desses espaços, antes utilizados para atividades industriais, postos de combustíveis, oficinas mecânicas, estacionamentos e comércio, é fundamental para a revitalização das cidades e a promoção de um ambiente mais saudável e sustentável.
A transformação dessas áreas contaminadas em locais habitáveis e produtivos requer um esforço conjunto de órgãos públicos, empresas privadas e comunidade local. O engajamento de todos os atores envolvidos é essencial para garantir o sucesso do processo de reabilitação urbana e a valorização do patrimônio imobiliário.
O recatalogueamento de terrenos degradados não só contribui para a melhoria da qualidade de vida da população, como também para a preservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento econômico sustentável. A reutilização dessas áreas, após um cuidadoso processo de remediação, pode gerar novos empregos, atrair investimentos e impulsionar o crescimento das cidades.
As incorporadoras desempenham um papel fundamental nesse processo, ao adquirir terrenos desvalorizados e transformá-los em empreendimentos modernos e sustentáveis. O investimento em recatalogueamento de áreas contaminadas não só agrega valor aos imóveis, como também contribui para a renovação do tecido urbano e a promoção da inclusão social.
A reabilitação urbana é um desafio complexo, que exige planejamento, investimento e comprometimento de todas as partes envolvidas. O recatalogueamento de áreas degradadas, como as localizadas nas margens dos rios Pinheiros e Tietê, é uma oportunidade única de transformar passivos ambientais em ativos urbanos, beneficiando a cidade como um todo.
O desenvolvimento sustentável das cidades passa necessariamente pelo recatalogueamento de áreas contaminadas e pela promoção de práticas ambientalmente responsáveis. A reabilitação urbana, quando bem planejada e executada, pode trazer inúmeros benefícios para a sociedade, o meio ambiente e a economia local.
Portanto, é fundamental que governos, empresas e sociedade civil se unam em prol do recatalogueamento e da reabilitação urbana, visando a construção de cidades mais sustentáveis, inclusivas e resilientes. A transformação de áreas degradadas em espaços revitalizados e produtivos é um passo crucial rumo a um futuro mais promissor e equilibrado.
Fonte: © Estadão Imóveis
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