Moeda brasileira ainda precisaria subir 52% para valor nominal máximo histórico ser batido na plataforma de busca.
Com a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, houve uma volatilidade no câmbio do dólar. Diversas informações circularam pela internet, algumas com base em verdades e outras com fatos corrompidos, relativas ao preço da moeda estadunidense no Brasil. Ao verificar as informações no Google, o resultado apontava para uma cotação do dólar acima dos R$ 6,00, o que foi considerado por muitos como o valor máximo histórico.
A busca por informações precisas sobre o câmbio do dólar no mercado brasileiro se tornou um desafio durante o período, devido ao grande número de dados incorretos que circulavam. O valor do dólar americano, em especial, foi objeto de muitas discussões, com alguns internautas acreditando que ele havia alcançado um nível recorde. O que muitos não sabiam era que o erro não estava apenas nos resultados apontados no Google, mas sim no fato de que esses valores não estavam sendo atualizados em tempo real, o que aumentava a confusão e a especulação sobre o valor real do dólar estadunidense no mercado brasileiro.
Câmbio em alta: quando a verdade é mais do que um valor nominal
Em primeiro lugar, o valor máximo alcançado no início da semana, com um salto de 2,01%, foi de R$ 5,86. Todavia, o Google divulgou incorretamente o valor superior a R$ 6. Se isso fosse verdade, o recorde nominal seria ultrapassado, mas com atenção ao significado do termo ‘nominal’. Lembrando que o valor de R$ 5,90 de 13 de maio de 2020, início da pandemia de covid-19, foi um marco. Mas, em segundo lugar, mesmo que a barreira dos R$ 6 fosse ultrapassada, não se poderia falar em recorde de fato. Em termos reais, considerando o poder de compra do real e do dólar ao longo do tempo, o câmbio no Brasil precisaria superar os estratosféricos R$ 8,75 para ser recorde. Segundo Einar Rivero, consultor de dados financeiros e presidente-executivo da Elos Ayta, esse valor de R$ 8,75 foi atingido em setembro de 2002, sob temores do que viria no primeiro governo Lula. A conta leva em consideração as inflações do Brasil (IPCA) e dos Estados Unidos (CPI-U). Dentro dessa mesma escala, no nascimento do real, em 1994, o dólar custava R$ 3,81 e não R$ 1, como registrado nos jornais da época. Foi usado o valor comercial da plataforma americana Ptax (entenda melhor aqui) para chegar a esses valores. Resumindo a análise… Para o recorde real do dólar no Brasil ser batido, considerado o valor comercial de R$ 5,73 da abertura desta segunda-feira, o câmbio precisaria subir nada menos que 52% rumo aos R$ 8,75.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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