Crescente movimento rejeita dietas que excluem e condena terrorismo alimentar da web. Redes sociais promovem alimentos infalveis, formulas para secar barriga, ganhar musculacao, contornar silhueta, estudos de alimentacao equilibrada, excessos de ultraprocessados, transtornos alimentarios. Vilao da dieta: gordura, inimigo do coracao, carboidratos, escolhas radicais, proteinas, calculos de consumo diario, suplementacao com whey, protein e protein bars.
É só dar uma olhadinha nas redes sociais para se deparar com uma avalanche de dietas ‘infalíveis’ pipocando no feed. São receitas para perder peso, ganhar músculos e moldar o corpo que, de forma geral, defendem a eliminação de determinados nutrientes colocados como vilões. Não é algo inédito, mas que tem se intensificado com o uso do marketing digital e os conselhos de influenciadores.
Além disso, é importante lembrar que seguir dietas extremamente restritivas pode trazer consequências negativas para a saúde a longo prazo;. Portanto, é fundamental buscar orientação de profissionais da área da nutrição para garantir uma alimentação equilibrada e adequada às necessidades individuais.
Dietas, ou consejos alimentares infalíveis: Desmistificando os mitos nutricionais
É contra essa onda que se mobiliza uma cruzada de profissionais de saúde. Eles buscam desconstruir, em posts, artigos científicos e livros para o público geral, as falácias nutricionais reproduzidas por aí. Um bom exemplo desse movimento é o recém-publicado Pare de Engolir Mitos (Editora Sextante), da nutricionista francesa radicada no Brasil Sophie Deram.
Munida de estudos, a autora propõe minar um tipo de fabulário e terrorismo que se abateu sobre as refeições mundo afora. Não há tanto segredo sobre o que compõe uma alimentação equilibrada. A ideia é privilegiar comida fresca e o mais natural possível e limitar os excessos, sobretudo de produtos ultraprocessados.
Não é um roteiro simples de se incorporar à rotina, diga-se, mas vale a pena aderir a ele: estudos associam os maus hábitos à mesa ao maior risco de obesidade e uma lista de doenças crônicas.
O argumento realçado por especialistas como Sophie é que o ato de nutrir o corpo passou a ser pautado pela seletividade e pela restrição, desconsiderando a complexidade da alimentação e as realidades individuais. ‘A definição de saúde é de um bem-estar físico, mental e social. Comer passa por isso’, diz Sophie, pesquisadora da USP.
‘Temos de escutar o organismo, não ficar calculando calorias, o que aumenta o risco inclusive de transtornos alimentares.’ Eleger um vilão da dieta é moda antiga. Nos idos de 1960 e 1970, a gordura saltou como o inimigo do coração e outros órgãos, e ainda hoje carrega fama suspeita.
É uma visão míope: ela ignora que, embora alguns ácidos graxos possam ser prejudiciais em demasia, outros são bem-vindos quando batem ponto — caso do azeite de oliva e dos pescados. O mesmo princípio vale para os carboidratos, comprovadamente fontes de energia para o corpo humano. Esses nutrientes figuram no topo do corte abrupto proposto pelo radicalismo alardeado no universo fitness.
No entanto, tais escolhas podem resultar em um desbalanço que, no médio prazo, abre portas para aquela vontade incontrolável de assaltar a geladeira quando algum desafio emocional aparece. Ou seja, o plano não se sustenta. Há os heróis desse enredo, claro. O novo queridinho é a proteína.
Não se fala em carne, frango ou peixe, mas em pedaços porcionados com auxílio da balança e cálculos de consumo diário que incluem suplementação com whey protein e barrinhas proteicas para o lanche. ‘A indústria da dieta, dos suplementos e dos shakes incentiva melhorar o corpo, como se ele precisasse ser melhorado e como se aquilo fosse mais saudável do que comer arroz e feijão’, critica Sophie.
Daí a campanha da nutricionista e de outros experts em tirar o foco absoluto nos nutrientes e resgatar o que chamam de comida de verdade. Isso passa por combater os mitos da alimentação.
Nessa linha, um grupo de pesquisadores americanos se reuniu para expor dez conceitos fajutos disseminados no universo virtual, tais
Fonte: @ Veja Abril
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