Empresas têm relações financeiras com a Neoway, pivô de escândalo. Sócios ligados a programas sociais do Governo Federal. Coaf investiga crimes de lavagem.
A Polícia Civil de São Paulo descobriu recentemente mais organizações, referidas como empresas de fachada, que mantiveram transações financeiras com a Neoway, empresa que está sob escrutínio por supostas irregularidades nos pagamentos de comissões do contrato entre a plataforma de apostas VaideBet e o Corinthians.
Essas novas descobertas revelam um padrão recorrente de envolvimento de empresas fictícias em esquemas duvidosos, aumentando a complexidade das investigações sobre as práticas obscuras que envolvem empresas de fachada. A conexão entre essas entidades e os negócios ilícitos está se tornando cada vez mais evidente, levantando questões sobre a extensão do problema e a necessidade de medidas rigorosas para combater a atuação dessas empresas de fachada.
Investigação revela empresas de fachada envolvidas em esquema de lavagem de dinheiro
A recente investigação conduzida pelo delegado Tiago Fernando Correia, da Delegacia Investigações sobre Crimes de Lavagem, trouxe à tona a existência de empresas fictícias que estavam operando de forma suspeita. Dentre elas, destacam-se a Carvalho Distribuidora, a ACJ Platform Comércios e Serviços e a Thabs Gestão e Serviços, mencionadas em um relatório do Coaf.
O relatório aponta que essas empresas de fachada foram criadas em 2023, com um capital social de pelo menos R$ 100 mil, e são administradas por um único sócio cada. Curiosamente, todos esses sócios são beneficiários recentes de programas sociais do Governo Federal, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos movimentados por essas organizações.
Além disso, o Coaf identificou a ACJ e a Thabs como ‘empresas frias’, o que reforça a suspeita de que estavam sendo utilizadas para atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro. A polícia, então, solicitou o levantamento e a intimação de indivíduos que tiveram relações financeiras com essas empresas, a fim de esclarecer a natureza das transações.
Uma das empresas envolvidas nesse esquema é a Neoway, que já foi apontada anteriormente como uma empresa de fachada. A sócia da Neoway, Edna Oliveira dos Santos, foi utilizada como laranja para a abertura da empresa, assim como ocorreu com outros sócios das empresas investigadas.
Os indícios apontam para um padrão recorrente de utilização de empresas de fachada para desviar recursos e ocultar a origem ilícita do dinheiro. A polícia segue investigando o caso, que envolve também a Rede Social Media Design, responsável por intermediar um acordo financeiro suspeito com o Corinthians.
A quebra desse acordo levou a VaideBet a romper o contrato com o clube, gerando prejuízos financeiros e danos à imagem da empresa. A investigação em andamento promete trazer à tona mais detalhes sobre as relações obscuras entre as empresas envolvidas e os crimes de lavagem de dinheiro que foram cometidos.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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