Gabriel Luís de Oliveira, acusado por nove mortes em baile funk de 2019, admitiu fumar charuto e beber cerveja após tumulto fatal.
RIO DE JANEIRO, RJ (AGÊNCIA BRASIL) – O cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro que afirmou a um influenciador digital estrangeiro que celebra óbitos em confrontos com charuto e cerveja é um dos 10 policiais acusados de envolvimento na morte de sete pessoas em um bloco de carnaval em Copacabana, em fevereiro de 2020. A repercussão da declaração divulgada pela Agência causou um grande impacto na corporação.
O militar que concedeu a entrevista ao youtuber foi afastado de suas funções e está sob investigação interna da Polícia. A conduta inadequada do policial gerou indignação na sociedade e levantou debates sobre a postura dos agentes de segurança. A Polícia Militar reforçou seu compromisso com a ética e a transparência em suas ações, buscando manter a confiança da população.
Polícia Militar: Sargento Gabriel Luís de Oliveira e o Tumulto em Paraisópolis
A reportagem fez tentativas de contato com a defesa de Oliveira, porém não obteve sucesso – ele mudou de advogado. O sargento Gabriel Luís de Oliveira atuava como motorista do primeiro veículo tático a chegar à favela de Paraisópolis, em apoio à perseguição de duas motos cujos ocupantes haviam disparado contra outros policiais, desencadeando o tumulto que resultou em nove mortes e 12 feridos, a maioria deles pisoteada.
De acordo com a versão oficial, o veículo dos PMs foi alvo de ataques por participantes do baile, que lançaram garrafas e pedras, levando os policiais a responderem com armas menos letais, como bombas de efeito moral e balas de borracha. Os agentes precisaram pedir reforço para sair do local e conseguiram sair ilesos. Após o tumulto, eles avistaram os feridos em uma viela e prestaram socorro.
Segundo a denúncia aceita pela Justiça, o Ministério Público alega que Oliveira desceu do veículo ‘com o cassetete em mãos e começou a agredir quem tentava escapar do tumulto naquela esquina’. A denúncia descreve a ação dos acusados como uma tentativa de causar tumulto, pânico e sofrimento, demonstrando abuso de poder e prepotência contra a população presente no evento cultural.
Na época, Oliveira e os demais policiais envolvidos foram afastados das atividades de rua por ordem do então governador João Doria. O policial, que era cabo na ocasião, foi promovido a sargento e designado para a zona norte no ano passado, onde passou a integrar uma nova equipe da Força Tática, que foi entrevistada pelo criador de conteúdo Gen Kimura para discutir a rotina da corporação.
O youtuber acompanhou algumas operações dentro dos veículos dos PMs, conforme conteúdo divulgado recentemente em seu canal. Foi durante esse contexto que o sargento mencionou, em inglês, que a morte de criminosos era celebrada com charutos e cerveja. Após a reação negativa, essa parte da entrevista foi removida do material disponível no canal.
Embora gravações semelhantes tenham sido autorizadas pela cúpula da corporação, esse caso específico gerou uma crise devido às declarações de Oliveira, consideradas desastrosas, e a supostas falhas nos procedimentos de comunicação da PM. Um capitão ligado à alta hierarquia da corporação teria permitido a gravação com o youtuber sem informar os superiores.
Em comunicado, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que o comando da PM ordenou a investigação de todas as ações relacionadas ao policial, que serão conduzidas pela Corregedoria. ‘A Polícia Militar é uma instituição que segue a lei e não tolera desvios de conduta de seus agentes. Se houver irregularidades, os responsáveis serão responsabilizados conforme a legislação’, acrescentou.
A região da zona norte é sob a liderança do coronel Cleotheos Sabino de Souza Filho, que
Fonte: © Notícias ao Minuto
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