Desde 2002, a República Democrática do Congo enfrenta um intenso surto da doença anteriormente conhecida como varíola dos macacos, com casos confirmados e alta taxa de letalidade. Líder técnica na transmissão do vírus.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre uma variante mais perigosa da doença, enfermidade que costumava ser chamada de varíola dos macacos. Segundo a OMS, em 2022, a República Democrática do Congo está lidando com um surto da doença e a rápida propagação do vírus entre humanos resultou em uma mutação inesperada.
Recentemente, foi identificada uma nova cepa, considerada a variante mais perigosa de mpox até o momento. O surto da doença na República Democrática do Congo tem preocupado as autoridades de saúde, que estão trabalhando para conter a disseminação do vírus. A situação atual evidencia a necessidade de medidas urgentes para controlar a propagação da mpox e evitar uma crise de saúde pública.
Surto de nova variante, mais perigosa, de mpox, na África Central
Dados recentes da OMS revelam que a taxa de letalidade da variante 1b na África Central é intensa, chegando a mais de 10% entre crianças pequenas, contrastando com a variante 2b, responsável pela epidemia global de mpox em 2022, que apresentou uma taxa de letalidade inferior a 1%. A organização já contabiliza mais de 95 mil casos confirmados da doença em 117 países, além de mais de 200 mortes, números alarmantes que evidenciam a gravidade da situação.
A líder técnica sobre varíola dos macacos do Programa de Emergências Globais da OMS, Rosamund Lewis, expressou sua preocupação diante do cenário atual. Ela destacou que, considerando que apenas alguns milhares de casos de mpox haviam sido relatados anteriormente em todo o mundo, a proximidade de atingir a marca de 100 mil casos é alarmante e requer atenção urgente.
Um surto específico, iniciado em setembro de 2023 no leste da República Democrática do Congo, na província de Kivu do Sul, está sendo causado por uma cepa de mpox com mutações até então desconhecidas. Essas mutações indicam uma transmissão exclusivamente de humano para humano, um padrão inédito que preocupa os especialistas.
Rosamund Lewis ressaltou que a epidemia global de mpox em 2022 apresentou uma característica peculiar: a transmissão do vírus ocorreu principalmente por via sexual. Dados recentes da OMS apontam que um terço dos casos da nova variante 1b foi identificado em profissionais do sexo, levantando questões sobre a propagação do vírus em diferentes grupos populacionais.
A especialista alertou para o risco de uma maior transmissibilidade da doença devido às mutações, o que poderia resultar em uma nova propagação global da mpox, semelhante ao que foi observado com a variante 2b. A transmissão de pessoa para pessoa por meio do contato sexual em áreas densamente povoadas é uma realidade preocupante que exige medidas preventivas imediatas.
As ações recomendadas incluem vigilância rigorosa de casos, detecção precoce da doença, capacidade laboratorial aprimorada e, potencialmente, a implementação de programas de imunização. A conscientização e a prontidão dos países são fundamentais para conter a disseminação da mpox e evitar uma crise de saúde pública em escala global.
A mpox é uma doença zoonótica viral, cuja transmissão para humanos ocorre por contato com animais silvestres infectados, pessoas contaminadas e materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza. O período de incubação varia de três a 16 dias, podendo chegar a 21 dias, e a transmissão cessa após a cura das lesões na pele.
Fonte: @ Agencia Brasil
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