Ibovespa sobe impulsionado por Petrobras e Vale, câmbio interrompe rali, incerteza sobre queda de juros nos EUA em junho.
O mercado financeiro encerrou o pregão de terça-feira (2) com ganhos significativos. Após o rally dos últimos dias, investidores mostram cautela em relação aos próximos passos. Isso reflete a volatilidade presente no cenário econômico atual.
Os investidores estão atentos às movimentações do mercado de capitais e da bolsa de valores. As ações no mercado acionário estão sendo impactadas por diversos fatores, incluindo a expectativa em relação aos próximos relatórios econômicos. É importante acompanhar de perto as tendências do mercado financeiro para tomar decisões assertivas.
Ritrato positivo do mercado financeiro após rali do câmbio
Mas vamos aos números:
- O Ibovespa fechou em alta de 0,44%, a 127.549 pontos. Em dois dias da semana e do mês, guarda perda acumulada de 0,44%.
- Entre 86 ações, no entanto, as gigantes destoaram da maioria em queda. Casos de Petrobras e Vale, cada uma com 12% de espaço no Ibovespa.
Ou seja, duas empresas donas, sozinhas, de quase um quarto da composição do índice.
No caso da estatal do petróleo, o risco político vai sendo deixado em segundo plano. Já começam a sair com a mesma facilidade que entram nos ouvidos ataques aos ‘lucros exorbitantes’ da companhia.
Assim, a petroleira foi vista como caminho natural em meio à nova rodada de tensão no Oriente Médio. Ações ordinárias (ON, com direito a voto em assembleias) da estatal subiram 2,72%; preferenciais (PN, com preferência por dividendos), 2,58%. Foram puxadas pelos preços do petróleo, à beira da máxima em seis meses. Já no caso da ex-estatal, também.
Pouco tem sido ventilado sobre as tentativas recentes do Planalto de escolher seu novo presidente. Mais tem falado alto, nos últimos dias, o freio colocado na queda livre dos preços do minério de ferro. Com base em números mais promissores sobre a atividade econômica da China, ações da Vale subiram 1,18%.
Impacto das incertezas sobre os juros no mercado financeiro
- A carteira teórica mais famosa do Brasil girou R$ 16 bilhões, 11% abaixo da média diária de R$ 18 bilhões dos últimos 12 meses.
- O preço do dólar caiu apenas 0,01%, a R$ 5,06. A primeira intervenção do Banco Central (BC) no câmbio em 15 meses, portanto, apenas impediu a continuidade da escalada. Seguimos na máxima em seis meses.
Segue fraquejando a certeza de que não passa de junho o início das quedas de juros nos Estados Unidos. Os dados jogam contra, bem como faziam quando as apostas miravam março.
Na última sexta-feira (29), o principal termômetro de inflação americano acusou quentura preocupante.
No mesmo dia, ninguém menos que o presidente do Fed, Jerome Powell, demonstrou pressa alguma em afrouxar sua política monetária. E faz sentido que seja assim. A preocupação maior de uma autoridade monetária é com a economia real. Não com mercado financeiro. Que importa, claro. Mas do ponto de vista da garantia do controle da inflação e, especificamente para o Fed, da geração de empregos.
E não há muito do que reclamar nessa seara. A inflação orbita hoje na casa dos 3% ao ano nos Estados Unidos. Acima da meta de 2%? É verdade. Mas não é um colosso. A economia cresce também ao ritmo de 3%. Nada mau. Aliás, que a indústria americana voltou a crescer após 16 meses.
E, nesta terça, que na passagem de janeiro para fevereiro continuaram sobrando quase 9 milhões de vagas de trabalho nos Estados Unidos.
Em resumo, a maior das economias parece para lá de saudável. Para que, então, tanta pressa em cortar juros?
Faz sentido para quem espera pela migração do capital internacional da renda fixa americana à bolsa brasileira.
Aí, sim, melhor os juros caírem logo nos Estados Unidos. Agora, para quem simplesmente tem a obrigação de manter a inflação domada e a economia vibrante… Essa é a última das preocupações, caso do Fed. Ou melhor, nem mesmo está na lista. Sendo assim, mais um dia de acréscimo de prêmios da curva de juros futuros do Brasil.
No momento, os 10% ao ano estão sendo apontados como ponto de chegada do ciclo de cortes da Selic, não mais os 9,75% dos últimos dias. Viriam mais dois cortes, um de meio e outro de 0,25 ponto, e fim de papo:
- Prêmios em contratos de mais curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic.
Taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiram de 9,93% a 9,94%.
- Já para janeiro de 2034, alta de 11,13% a 11,18%. Quão mais longo o prazo, maior a influência do cheiro de calote do governo (‘risco fiscal’, se preferir).
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Fonte: @ Valor Invest Globo
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