Queda de Prates na presidência estatal de Petrobras, após conflitos com governo federal, é mal-recebida. Interina Magda Chambriard, de PT, assume cargo. Mudança, petróleo, investimento, comunicação, liderança, interina. Reação negativa: mudanças politicas, queda 37.9% base annual, Q3 2023. Anúncio de recuo de Prates, exploração verde, papéis PBR, baixa pegão.
A mudança no comando da Petrobras, promovida pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva ao demitir o presidente Jean Paul Prates, gerou reações negativas no mercado e levantou questionamentos sobre os rumos da empresa.
A alteração no comando da Petrobras sinaliza uma nova fase para a companhia, com a possibilidade de substituição de lideranças e a implementação de mudanças estratégicas para enfrentar os desafios do setor energético.
Mudança no comando da Petrobras gera incerteza
Parte da incerteza com a alteração repentina de Prates, na noite de terça-feira, 14 de maio, se deve ao nome rapidamente anunciado pelo governo federal para assumir a presidência da Petrobras. Magda Chambriard, com mais de 20 anos de experiência na estatal e atuando como consultora, tem um perfil ideológico desenvolvimentista, mais alinhado à ala política do PT favorável a uma maior participação do governo na empresa. Durante o governo Dilma Rousseff, Chambriard ocupou o cargo de diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Chambriard é defensora da exploração de petróleo na Margem Equatorial e do investimento da Petrobras em energia verde. Sua nomeação ainda aguarda aprovação pelo Conselho de Administração da empresa. A mudança no comando é vista com ressalvas por alguns analistas. ‘A mudança é ruim, Prates estava desempenhando um trabalho razoável, mantendo diálogo com o mercado e os representantes do governo; Magda tem uma abordagem diferente dos acionistas, menos voltada para o mercado’, afirma Frederico Nobre, chefe de análises da Warren Investimentos.
A reação negativa à substituição súbita no comando da empresa foi evidente ainda na noite de terça-feira, com os papéis PBR, correspondentes às ações ordinárias, as mais líquidas, registrando queda de 8% no after market da Bolsa de Nova York. As ações da empresa abriram o pregão em baixa e continuaram a acumular perdas no início da tarde de quarta-feira, 15 de maio, na B3.
A ação preferencial (PETR4) estava em queda de 5,7% e a ordinária (PETR3), -6,8%, por volta de 14h15. Com isso, a Petrobras viu seu valor de mercado reduzir para R$ 507 bilhões, uma diminuição de R$ 35,3 bilhões em relação ao dia anterior. Essa quantia perdida pela empresa equivale ao valor total das ações da Equatorial Energia.
Em fevereiro de 2021, quando Jair Bolsonaro substituiu Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, a ação da companhia caiu mais de 21% no dia. Em comunicado no início da tarde, a Petrobras confirmou a saída de Prates e também do diretor financeiro e de Relacionamento com Investidores, Sergio Caetano Leite, além da nomeação da diretora executiva de assuntos corporativos, Clarice Coppetti, como presidente interina.
A queda de Prates ocorreu um dia após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da estatal, aquém do esperado pelo mercado. A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre, com queda de 37,9% na base anual e recuo de 23,7% em relação ao quarto trimestre de 2023.
Por outro lado, as frequentes ingerências políticas na Petrobras – que caminha para o sexto presidente em três anos – estão levando analistas a prever uma normalização dos papéis no curto prazo. Nos últimos 12 meses, apesar de várias crises envolvendo Prates e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, as ações preferenciais da Petrobras valorizaram 50%.
No ano, esse tipo de papel teve apenas 1,9% de valorização. Ressalva Em relatório aos clientes, o Goldman Sachs fez essa ressalva: ‘Apesar dos desentendimentos entre a direção da empresa e o governo, a Petrobras assistiu a uma recuperação’.
Fonte: @ NEO FEED
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