De 2012 a 2022, 149.707 homens negros morreram por disparos de arma em via pública, evidenciando desigualdades estruturais.
Em São Paulo, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Foi revelado por um estudo que, ao longo dos últimos anos, a mortalidade de homens negros por disparos de arma de fogo no Brasil foi quase quatro vezes maior do que a de homens brancos. Entre 2012 e 2022, 149.707 homens negros perderam suas vidas devido a disparos em locais públicos. Enquanto isso, 38.231 brancos tiveram o mesmo destino fatal.
Esses números alarmantes de mortes evidenciam a desigualdade e a violência que afetam principalmente a população negra no país. A discrepância na mortalidade entre diferentes grupos é um reflexo das disparidades sociais e raciais que ainda persistem na sociedade brasileira, exigindo ações urgentes para combater essa realidade trágica.
Desigualdades Estruturais e Mortalidade: Análise Profunda
Um estudo recente realizado pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) e pelo Instituto Çarê mergulhou nas taxas de internamento e mortalidade por agressões, com foco na segmentação por raça. Rony Coelho, pesquisador do IEPS, destacou que os números evidenciam as desigualdades estruturais profundamente enraizadas no tecido social do país. Essas estatísticas também apontam para a vulnerabilidade acentuada da população negra diante das agressões.
O Boletim divulgado revela uma realidade impactante, especialmente para os homens negros, que enfrentam disparidades significativas nos dados relacionados à segurança pública, saúde, mortalidade e internações hospitalares. Os jovens negros emergem como as principais vítimas da mortalidade, conforme apontado pela pesquisa.
Durante o período de 2010 a 2021, os negros com idades entre 18 e 24 anos registraram taxas de mortalidade consideravelmente mais elevadas em comparação com os brancos da mesma faixa etária. Além das fatalidades causadas por armas de fogo, os dados indicam que a população negra também sofre mais com agressões em geral, resultando em hospitalizações.
No ano de 2017, considerado o mais letal dentro do escopo da análise, foram contabilizados 1.116 óbitos por agressão entre os brancos, enquanto os negros totalizaram 4.008 mortes. Esses números alarmantes ressaltam a urgência de medidas que abordem as desigualdades estruturais do país e protejam a população negra.
O Boletim conjunto do Çarê-IEPS enfatizou a importância das evidências acadêmicas, que destacam as disparidades históricas e estruturais existentes, evidenciando a vulnerabilidade acentuada da população negra diante das agressões. Esses indicadores de saúde desfavoráveis clamam por intervenções e políticas públicas eficazes para mitigar a mortalidade desproporcional que assola essa parcela da sociedade.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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