Na última tragédia no Rio Grande do Sul, a família de Carla, funcionária de supermercado, salvou geladeira, fogão, mesa e roupas de cama.
PAULA SOPRANA E BRUNO SANTOSSÃO SEBASTIÃO DO CAÍ, RS (FOLHAPRESS) – A família de Carla dos Santos, 46, enfrentou grandes desafios com as inundações que atingiram São Sebastião do Caí (RS) em novembro do ano passado. ‘Perdemos tudo, tudo, tudo. Consegui me reerguer, e agora veio essa de novo’, conta a funcionária de supermercado, que mora com o marido e o neto.
As enchentes causaram estragos significativos na região, afetando não apenas a família de Carla dos Santos, mas também diversos moradores locais. A comunidade uniu esforços para ajudar aqueles que foram impactados pelas inundações, demonstrando solidariedade e empatia em momentos difíceis. A reconstrução após as enchentes será um desafio, mas a esperança e a união prevalecem entre os habitantes de São Sebastião do Caí.
Inundações e enchentes: a tragédia que assolou São Sebastião do Caí, Rio Grande do Sul
Nesta última tragédia que devastou o Rio Grande do Sul, as enchentes atingiram níveis alarmantes, deixando a população em estado de emergência. Enquanto a água do rio subia, famílias como a de Carla lutavam para salvar o que podiam de suas casas. Geladeiras, fogões, mesas e roupas de cama foram retirados às pressas, mas, infelizmente, a casa não resistiu e agora só restam escombros e lama.
Carla, funcionária de um supermercado local, encontra-se abrigada, ainda tentando processar a ideia de reconstruir sua vida pela segunda vez. A incerteza paira sobre seu futuro, mas uma coisa é certa: ela não pretende deixar o lugar onde cresceu. ‘Minha vida toda é aqui, eu me criei aqui, eu quero ver se construo minha casinha aqui de novo. Não adianta, é meu chão.’
Em apenas seis meses, o município de São Sebastião do Caí foi atingido pelas três maiores enchentes de sua história, duas delas ocorrendo neste mês. Os moradores das margens do rio Caí vivem um ciclo de perda e reconstrução que parece interminável, especialmente com a ameaça iminente de mais chuvas fortes na região.
A cota de inundação do rio Caí é de 10,5 metros, porém, em maio deste ano, atingiu incríveis 17,6 metros, conforme registrado pelo Serviço Geológico do Brasil. Em novembro do ano passado, o rio marcou 16,08 metros, e em maio deste ano, atingiu 15,8 metros, estabelecendo um novo recorde. Com origem em São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha, o rio percorre 285 km, passando por 41 municípios e afetando cidades como São Sebastião do Caí e Montenegro.
As áreas atingidas não se limitaram apenas às margens do rio, mas também a bairros antes considerados seguros, forçando a evacuação de cerca de 300 pessoas. Farmácias, mercados, escolas, biblioteca pública e grande parte do comércio local foram severamente impactados, com poucas construções resistindo à força das águas.
Três semanas após a tragédia, o cenário é desolador, com muitas casas destruídas e a necessidade de uma longa e árdua limpeza, que depende da cessação das chuvas. A comunidade local enfrenta desafios enormes, como o caso de Antônio da Rocha, que perdeu sua casa enquanto estava fora do país, restando-lhe apenas uma mala e a solidariedade de familiares.
Eferson Luis, por sua vez, viu sua casa comprada há apenas seis meses ser severamente danificada, sem certeza de poder permanecer nela devido à instabilidade causada pelas enchentes. O interior coberto de lama e a falta de móveis no segundo andar são um lembrete constante da devastação que assolou a região.
As histórias de sofrimento e superação se multiplicam entre os moradores afetados, enquanto a comunidade se une na esperança de reconstruir o que as enchentes levaram. A solidariedade e a resiliência são a força motriz nesse momento de adversidade, mostrando que, apesar da tragédia, a união prevalece.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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