Ativistas exigem retorno de suspenso atendimento no Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Manifestantes, região da Avenida Paulista, Cremesp sede, prefeitura, casos legais de aborto. Profissionais de saúde criminalizados, símbolo luta-legalização (lenços verdes), coroa flores entregada, intimações.
Manifestantes realizaram nesta quinta-feira (16) uma manifestação na cidade de São Paulo em apoio aos serviços de aborto legal. O protesto foi promovido pela Frente pela Legalização do Aborto do Estado de São Paulo e aconteceu nas proximidades da Avenida Paulista, em frente à sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
No evento, demonstrantes levantaram cartazes e entoaram palavras de ordem em defesa da causa. A presença dos manifestantes chamou a atenção de transeuntes e da imprensa local, reforçando a importância do debate sobre o aborto legal no país.
Manifestantes denunciam descumprimento da lei pela prefeitura de São Paulo
Os protestadores alegam que a prefeitura de São Paulo não está seguindo a legislação, deixando de acolher ou dificultando o atendimento em situações em que o aborto é permitido. Eles também expressam insatisfação com o fato de o Cremesp estar criminalizando, afastando ou perseguindo os profissionais de saúde que prestam assistência a mulheres que têm direito ao aborto legal na região da Avenida Paulista, sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Em casos em que o aborto é permitido, os manifestantes destacam a importância de garantir o acesso aos serviços de saúde sem punições indevidas.
Durante a manifestação, os demonstrantes vestiram lenços verdes e os distribuíram, lembrando os pañuelos verdes, símbolo da luta pela legalização do aborto. Além disso, realizaram a entrega de uma coroa de flores ao Cremesp como forma de simbolizar as vítimas de criminalização, reforçando a necessidade de respeito aos direitos das mulheres.
Protesto em frente à sede do Cremesp contra perseguição a profissionais da saúde
Na região da Avenida Paulista, diversas organizações feministas se reuniram para denunciar as sindicâncias abertas contra os profissionais da saúde que prestaram assistência a vítimas de violência sexual no Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Tanto o Cremesp quanto a prefeitura de São Paulo têm sido acusados de perseguir os profissionais da saúde que cumprem com a legislação vigente.
‘Consideramos isso uma violação democrática, pois o aborto legal é um direito garantido no Brasil há décadas’, afirmou Tabata Pastore Tesser, membro das Católicas pelo Direito de Decidir e da Frente Estadual pela Legalização do Aborto de São Paulo, em entrevista à imprensa.
Profissionais da saúde enfrentam intimidação por parte do Cremesp
Maíra Bittencourt, obstetriz e parteira do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde de São Paulo, destacou a gravidade da perseguição aos profissionais da saúde pelo Cremesp, ressaltando que isso gera um clima de medo e insegurança, mesmo quando estão agindo dentro da legalidade. A intimidação, exemplificada pelo caso de duas médicas do Hospital Vila Nova Cachoeirinha que tiveram seus registros suspensos, é vista como uma tática para coibir a prática do aborto legal.
Para Maíra, a perseguição aos profissionais é uma estratégia de intimidação que visa desencorajar a realização do aborto legal, prejudicando o acesso das mulheres a um direito assegurado por lei.
Aborto legal: garantias e obstáculos no Brasil
Segundo a legislação brasileira, o aborto é permitido em casos de estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia fetal. No entanto, em dezembro do ano passado, o Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha interrompeu a realização desses procedimentos, sem previsão de retomada. A falta de acesso a serviços de aborto legal, somada à pressão exercida pelo Cremesp e pela prefeitura de São Paulo, coloca em risco a garantia desse direito fundamental para as mulheres.
Fonte: @ Agencia Brasil
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