Turma pioneira do inovador projeto finalizou etapa de formação com jovens lideranças quilombolas.
Educação para o amanhã. Uma iniciativa pioneira das lideranças quilombolas está dando frutos. Recentemente, um evento em Brasília marcou a conclusão do curso da primeira turma da Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas, promovida pela Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
As lideranças negras quilombolas estão cada vez mais atuantes na promoção da educação e da cultura afro-brasileira. A formatura da Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas é um marco importante nesse processo, demonstrando o compromisso das lideranças quilombolas com o empoderamento e a valorização da juventude negra em todo o país.
Formação de lideranças quilombolas através de projeto inovador
O Coletivo Nacional de Educação da CONAQ está desenvolvendo um projeto inovador que visa a formação de jovens lideranças quilombolas, preferencialmente meninas, em temas relevantes para suas comunidades. A iniciativa conta com a participação de 39 meninas e 11 meninos, com idades entre 15 e 18 anos, empenhados em buscar soluções para os desafios enfrentados pelos quilombolas.
Com o apoio do Fundo Malala, a escola tem como objetivo principal a formação de lideranças quilombolas, com foco na promoção da igualdade na educação e no desenvolvimento de propostas inovadoras para melhorar a qualidade de vida nas comunidades. O projeto incentiva os jovens a se engajarem ativamente na busca por mudanças positivas em suas realidades.
Juliany Carla da Silva, uma jovem de 16 anos da comunidade de Trigueiros, em Vicência (PE), é um exemplo inspirador de como a formação de lideranças quilombolas pode impactar positivamente a vida dos jovens. Encorajada por seu professor e apoiada pela CONAQ, Juliany conquistou uma vaga na Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas, tornando-se parte da primeira turma de formandas da escola.
Ao longo do projeto, os participantes têm a oportunidade de debater e buscar soluções para os desafios enfrentados por suas comunidades. Um dos temas recorrentes nas discussões é a dificuldade de acesso à educação, especialmente a longa distância que muitos jovens quilombolas precisam percorrer para frequentar as escolas regulares.
Glaydson Ítalo de Jesus, de 16 anos, da comunidade Itamatatiua, em Alcântara (MA), é outro jovem que se destaca no projeto. Após três anos de participação, Glaydson integra a turma de formandos e tem planos ambiciosos para o futuro, incluindo cursar faculdade de direito e realizar um intercâmbio nos Estados Unidos ou no Canadá.
A CONAQ e seus parceiros têm trabalhado em estreita colaboração com a juventude quilombola para desenvolver uma metodologia de trabalho que atenda às necessidades específicas das comunidades. A formação de lideranças quilombolas é um passo crucial para fortalecer as vozes desses jovens e capacitá-los a promover mudanças significativas em seus territórios.
Os desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas, como a falta de acesso à terra e a precariedade dos serviços públicos, são questões urgentes que demandam ações concretas. A formação de lideranças quilombolas é uma estratégia eficaz para capacitar os jovens a enfrentar esses desafios e construir um futuro mais justo e igualitário para suas comunidades.
Fonte: @ Agencia Brasil
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