Combate à septicemia envolve conscientização, treinamento em defesa contra bactéria e reação natural contra disseminação.
O medo é uma reação natural e esperada quando a família recebe a notícia de que um parente precisa ser encaminhado a uma unidade de terapia intensiva, a UTI. Parte desse medo pode ser atribuído ao maior risco de uma infecção generalizada, nome que popularizou uma das emergências mais letais dentro de um hospital: a sepsis.
Uma infecção generalizada do corpo, septicemia é uma condição grave que pode acometer qualquer pessoa, mas mais comumente atinge os idosos e os portadores de diabetes. Em casos extremos, pode levar a falência de um ou mais órgãos, e até a morte dentro de zero horas. Dessa forma, um diagnóstico precoce e a atuação imediata de especialistas podem fazer toda a diferença na hora de salvar vidas.
Conhecendo a Sepse: Uma Ameaça à Saúde Pública
A sepse, também conhecida como septicemia, é uma condição grave que afeta o organismo em resposta a algum tipo de estresse, como a disseminação de uma bactéria na circulação. Essa tempestade tende a acarretar a falência dos órgãos e ter um desfecho fatal em questão de horas caso medidas de contenção não sejam adotadas a tempo. A condição está na mira da iniciativa Jornada Sepse Zero, que propõe um trabalho baseado em conscientização e treinamento de médicos e demais profissionais a fim de mitigar essa ameaça à saúde pública.
Desafios no Tratamento da Sepse
A natureza da palavra ‘sepse’, que deriva do termo grego para ‘decomposição’, permite compreender quão crítico é o estado do paciente nessas circunstâncias. O tratamento da sepse é realizado com medicamentos presentes no dia a dia de hospitais, como antibióticos, mas nem sempre o atendimento chega no momento certo, e a piora, tantas vezes, é repentina. É por isso que a jornada busca sensibilizar os profissionais que atuam em unidades de emergência sobre a chamada ‘hora de ouro’, os primeiros sessenta minutos que serão cruciais para intervir com êxito.
O Papel da Conscientização e do Treinamento
A cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, professora da USP e líder do projeto, destaca a importância da conscientização e do treinamento para mitigar a sepse. A jornada busca sensibilizar os profissionais sobre a necessidade de atuar com rigidez e em conformidade com padrões de monitoramento dos sinais vitais. Além disso, a tecnologia, sobretudo a inteligência artificial, pode ser uma ferramenta valiosa para prever prováveis exacerbações inflamatórias.
O Impacto da Sepse no Brasil
A sepse é a maior causa de óbitos em UTIs brasileiras, com 240 000 mortes anuais registradas. Uma pesquisa com 307 médicos revela que apenas 65% dos profissionais administram o tratamento correto no período oportuno e metade considera ‘intermediária’ sua qualificação para manejar a situação. A taxa de mortalidade por septicemia no Brasil é absurdamente alta quando comparada à de nações como Austrália, Reino Unido e EUA — temos um índice de 60% ante 15% a 20% nesses países.
A Importância da Educação Continuada
A educação continuada das equipes e a manutenção de um número adequado de profissionais para dar suporte aos pacientes são fundamentais para mitigar a sepse. A experiência de países como Austrália, Reino Unido e EUA mostra que o investimento na educação continuada e na tecnologia pode ser uma ferramenta valiosa para reduzir a taxa de mortalidade por sepse.
Fonte: @ Veja Abril
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