Em um mundo de redes sociais ativas, o modelo de remuneração por fees tem sido criticado na atuação de profissionais de investimentos.
Recentemente, no blog da Way Investimentos, o sócio Renato Stoeckli compartilhou um artigo muito relevante sobre a importância dos investimentos em um cenário econômico em constante transformação. Em meio a um mercado financeiro cada vez mais dinâmico, entender as diversas possibilidades de investimentos se torna essencial para quem busca uma maior segurança financeira.
Além disso, no texto, Stoeckli aborda a diversificação das aplicações financeiras como estratégia fundamental para proteger o patrimônio e obter retornos mais consistentes ao longo do tempo. A variedade de investimentos disponíveis no mercado pode ser uma oportunidade para ampliar os horizontes financeiros e alcançar metas de forma mais eficaz. Dessa forma, a educação financeira se torna uma aliada poderosa na hora de tomar decisões sobre investimentos e aplicações financeiras.
Investimentos: Modelos de Remuneração e Conflitos de Interesses
Sendo assim, com a devida autorização, abordarei o tema nesta coluna, buscando enriquecer a perspectiva. Os dois principais modelos de remuneração dos profissionais de assessoria são: fee based (remuneração fixa), bastante comum em mercados maduros como os EUA e Europa, e commission based (comissão), mais prevalente em nosso país.
Vamos simplificar o funcionamento de cada um. No modelo commission based (por comissão), o escritório de assessoria recebe remuneração com base em cada produto, suas particularidades e características únicas. Diversos produtos têm taxas de remuneração distintas, e o investidor, muitas vezes, desconhece o custo envolvido.
Por outro lado, no modelo fee fixo, comum em mercados consolidados, a remuneração do assessor é determinada por um percentual acordado previamente, incidindo sobre o patrimônio total investido. Em resumo, a remuneração varia conforme a variação do patrimônio do investidor.
Ao analisar o mercado, a taxa bruta anual combinada geralmente varia entre 0,4% e 1% ao ano pelo serviço prestado, com cobrança mensal proporcional. Por exemplo, uma carteira média de R$ 1 milhão, com uma taxa de 0,5% ao ano, resultaria em uma remuneração de R$ 5 mil anualmente, distribuída mensalmente.
Outro aspecto crucial é o perfil de risco (suitability) do investidor. No modelo de comissão tradicional, os clientes são aconselhados a investir em ativos adequados ao seu perfil de risco e objetivos de retorno.
Conforme Stoeckli mencionou, há um questionamento relevante sobre o modelo commission based, amplamente utilizado no Brasil: o assessor recomenda um produto por considerá-lo o mais adequado ou por ser mais lucrativo para o escritório? Surge, assim, um potencial conflito de interesses.
É importante ressaltar que as Resoluções CVM 178 e 179, de fevereiro de 2023, que regulamentam a atividade de empresas de assessoria de investimentos, estabelecem obrigações relacionadas à transparência da remuneração das instituições financeiras intermediárias e dos assessores.
Com a crescente presença de redes sociais ativas, surgem críticas ao modelo de comissionamento e à conduta dos profissionais de investimentos. Muitos questionam a integridade e imparcialidade desses profissionais, especialmente diante da pressão por resultados financeiros.
Em um cenário onde a transparência e a ética são fundamentais, a escolha do modelo de remuneração em investimentos deve ser cuidadosa e alinhada aos interesses do investidor, garantindo uma relação de confiança e segurança no mercado financeiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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