Promotores suspeitam de lavagem de dinheiro no tráfico ao comprar atletas, com contratos de pagamento, prints de conversas e delação premiada.
Documentos em posse do Ministério Público de São Paulo revelam indícios de envolvimento de criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) em transações suspeitas no mundo do futebol, incluindo contratos, comprovantes de pagamento e mensagens no WhatsApp. As investigações apontam para possíveis esquemas de lavagem de dinheiro ligados à contratação de jogadores de destaque no cenário nacional e internacional.
Além disso, os documentos também levantam suspeitas de lavagem de capitais por meio de investimentos ilícitos em clubes e transferências de atletas. A atuação do PCC nesse cenário levanta preocupações sobre a integridade do esporte e a necessidade de medidas rigorosas para combater a corrupção no futebol. A transparência nas negociações e a fiscalização adequada são fundamentais para evitar práticas ilegais no mercado esportivo.
Corretor de imóveis revela esquema de lavagem de dinheiro em negociações de jogadores
O corretor de imóveis Antônio Vinícius Lopes Gritzbach entregou informações cruciais dentro de um acordo de delação premiada, revelando um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a aquisição de atletas por empresas agenciadoras de jogadores de futebol. O acordo foi firmado com promotores paulistas e homologado pela Justiça de São Paulo em abril deste ano. Não há indícios de que os jogadores tenham conhecimento da origem ilícita dos recursos.
As autoridades investigam a possível conexão entre a lavagem de dinheiro do tráfico e a compra de jogadores, com destaque para a participação de faccionados em agências esportivas. Gritzbach confessou ter participado de um esquema de lavagem de dinheiro ligado a uma facção criminosa na aquisição de imóveis em São Paulo, envolvendo outras pessoas supostamente ligadas ao PCC.
Entre os jogadores de futebol supostamente vinculados a agências controladas por membros do crime organizado, estão nomes como Éder Militão, ex-jogador do São Paulo e atualmente no Real Madrid, que teria passagens por clubes como Corinthians e São Paulo. A revelação foi feita pelo corretor de imóveis e confirmada por fontes próximas ao caso.
A diretoria do Corinthians se manifestou surpresa diante da possibilidade de envolvimento de atletas com integrantes do crime, após a divulgação da notícia. Empresários como Danilo Lima de Oliveira, conhecido como Tripa, estão sob investigação por contratos com jogadores do futebol. Oliveira é apontado como suspeito de participação em um esquema de lavagem de dinheiro e teria ligações com o PCC.
Em sua delação, Gritzbach também mencionou a participação de Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa do PCC, já falecido, no esquema de agenciamento de jogadores. Trocas de mensagens anexadas ao processo revelam conversas sobre aquisições de atletas do Corinthians, com menções ao então presidente do clube, Duilio Monteiro Alves.
Oliveira é suspeito de envolvimento no sequestro de Gritzbach, que teria desaparecido com uma quantia significativa de dinheiro e sido alvo de uma tentativa de assassinato. As investigações apontam para um suposto envolvimento de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, suposto chefe do PCC, no caso. As autoridades continuam a apurar os detalhes desse complexo esquema de lavagem de dinheiro no mundo do futebol.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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