Abradin acusa gestora ativista de manipular ações; Esh vê retaliação e cortina de fumaça no mercado de capitais.
Investidores de todo o Brasil estão atentos à ação civil pública movida pela Associação Brasileira de Investidores (Abradin) contra o empresário Vladimir Joelsas Timerman e sua gestora de fundos Esh Capital.
Essa iniciativa visa proteger os interesses dos acionistas e garantir a transparência nos investimentos realizados por empresas e gestoras de fundos no mercado financeiro. Os investidores têm direito a informações claras e precisas sobre onde estão aplicando seu dinheiro, e a Abradin está atuando para assegurar essa transparência.
Investidores em destaque na ação civil pública
A entidade aponta a empresa como uma ‘gestora ativista‘, que usa as redes sociais para divulgar informações e opiniões a fim de causar oscilações nos papéis de diversas companhias listadas na Bolsa.A peça cita movimentações atípicas nos papéis de Gafisa, Mobly e Terra Santa, e cobra da Esh o pagamento de mais de R$ 20 milhões por danos coletivos.
A gestora, por sua vez, alega que as acusações são descabidas e improcedentes.A Abradin, que é representada pela Lefosse Advogados na ação, aponta que as atitudes da Esh causaram ‘danos difusos’ ao mercado de capitais.
Atuação dos Investidores e a Cortina de Fumaça
‘Os réus manipularam o mercado em mais de uma oportunidade, utilizando-se da cortina de fumaça de ‘ativistas minoritários’, verificando-se um verdadeiro modus operandi’, aponta trecho da ação.A peça cita que diversos acionistas minoritários da Mobly, por exemplo, sofreram prejuízos com a expressiva queda no valor das ações após um artigo Timerman no portal Money Times, em julho de 2023, no qual ele imputa ao sócio da gestora CTM Investimentos, Daniel Alberini, irregularidades e crimes relacionados aos fundos que investiam diretamente na Mobly.No dia da publicação do artigo, Alberini recebeu diversos pedidos de resgate imediato de seus investimentos, que somaram quase R$ 20 milhões.
Na ocasião, os papéis da Mobly recuaram 24,17%.’No texto, Timerman acusa a CTM de manipulação por meio de posições de seus fundos em papéis da varejista Mobly. A gestora é uma das principais acionistas da companhia. Em virtude do artigo, as ações da Mobly sofreram queda de mais de 24% (hoje são cotadas a R$ 3,6).
Em contrapartida, Timerman teria lucrado com a desvalorização da Mobly’, diz trecho de um documento escrito por Alberini anexo à ação.Na ocasião, Alberini ofereceu queixa-crime contra Timerman por prática de injúria e difamação.
Investidores e as Medidas Legais
Foi instaurado um inquérito policial, no qual foi deferida medida cautelar de suspensão das redes sociais do sócio da Esh, tal como a proibição de participação em lives e a exclusão de postagens que mencionassem Alberini.’No presente caso, os Réus publicaram nas redes sociais e no site Money Times artigos que continham opiniões e orientações pessoais em relação aos fundos geridos pela CTM, os quais detinham participações relevantes na Mobly.
As informações ali divulgadas, destinadas especialmente aos cotistas dos fundos, eram completamente enviesadas e foram responsáveis por pedidos de resgate imediato que envolviam a quantia de aproximadamente R$ 20 milhões’, aponta trecho da ação.’Somente o fundo Esh Capital, que também detinha participação na Mobly, foi favorecido com essa movimentação, já que o fundo detinha sua participação na companhia em short, termo utilizado no mercado de capitais para indicar estratégia que busca lucrar com a queda do preço das ações investidas.’A ação também cita postagens públicas de Timerman na rede social X contra administradores da Terra Santa e sua suposta intenção em ‘forçar os acionistas’ da Terra Santa a realizarem uma Oferta Pública de Ações (OPA) para a saída da companhia do Novo Mercado da B3.
Fora isso, a Esh detém uma participação significativa do capital social da Gafisa.A peça cita que os imbróglios da gestora contra o controlador da empresa, Nelson Tanure, e sucessivos aumentos de capital em momentos de oscilações expressivas nos papéis da empresa.
Defesa dos Investidores pela Esh Capital
‘No caso da Gafisa, os Réus fizeram com que o preço das ações da companhia oscilasse de acordo com suas atitudes e divulgação de informações, causando prejuízos à higidez do mercado’, aponta a peça.O que diz a EshEm posicionamento enviado ao IM Business, a Esh diz que a ação movida pela Abradin é ‘mais uma parte de uma estratégia revanchista e de retaliação deflagrada com objetivo de eliminar a Esh Capital e impedir sua atuação, promovida por envolvidos nas disputas societárias de que é parte, por conta das denúncias de ilícitos e irregularidades no mercado de capitais que têm sido feitas às autoridades competentes, bem pelas ações judiciais e arbitragens instauradas que visam a reparação dos prejuízos causados a companhias de capital aberto e, indiretamente, a seus acionistas’.A gestora também declara que ‘exercerá seus direitos de defesa com total tranquilidade e que comprovará o total descabimento e improcedência das acusações feitas pela Abradin, confiando que o Poder Judiciário perceberá que essa medida instrumentaliza interesses obscuros e que julgará improcedente a ação’.A gestora encerra a nota dizendo que lamenta e repudia que ‘associações supostamente constituídas para defesa de investidores façam mal uso de ações civis públicas, visando a atender interesses individuais e ilegítimos de grandes investidores, muitas vezes com histórico de condenações por ilícitos e irregularidades no mercado de capitais, fomentando ainda mais o preconceito crescente contra este instrumento que poderia ter papel importante na tutela coletiva dos interesses dos investidores.’ IM Business Quer ficar por dentro das principais notícias que movimentam o mundo dos negócios?Inscreva-se e receba os alertas do novo InfoMoney Business por e-mail. Nome Preencha o campo corretamente! E-mail E-mail inválido! Empresa Preencha o campo corretamente!Selecione Administrador de recursos Analista Assessor de investimentos Auditor C-Level CEO CFO CMO Co-CEO Co-fundador Colaborador Consultor Contador COO Coordenador CTO Diretor Economista Especialista Fundador Gerente Gestor de patrimônio Head Jornalista Membro de Conselho Outro Presidente Presidente do Conselho Sócio Superintendente Supervisor SVP Vice-presidente Cargo Preencha o campo corretamente!Enviar Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Enviando dados…
Fonte: @ Info Money
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