Ministro da Fazenda disse que é ‘pouco razoável’ relato de que governo cortaria despesas obrigatórias, após decisão de agentes do mercado.
O secretário da Economia, Carlos Alberto, destacou a importância da interpretação correta das medidas propostas para a recuperação econômica. Segundo ele, é fundamental que haja clareza na análise das ações governamentais para evitar equívocos e incertezas.
Além disso, o ministro reforçou a necessidade de uma explicação detalhada sobre os impactos das decisões fiscais. A correta compreensão das políticas adotadas é essencial para o desenvolvimento sustentável do país.
Interpretação e Compreensão na Reunião de Haddad com Agentes do Mercado
O relato se espalhou após uma reunião privada do ministro com representantes de instituições financeiras em São Paulo, incluindo o presidente do Santander, Mário Leão. Após o encontro, os juros futuros subiram abruptamente, atingindo quase 12% em certos pontos da curva; o dólar ultrapassou os R$ 5,32; e o Ibovespa registrou uma queda de 1,73%, voltando para os 120 mil pontos.
Houve uma quebra de protocolo, onde a condição da reunião era que os presentes não interpretassem suas palavras, conforme relatado por Haddad em uma segunda rodada de conversas com jornalistas. O ministro já havia abordado a imprensa sobre a Medida Provisória que restringe o uso de créditos de PIS/Cofins e retornou para esclarecer após a reação negativa do mercado.
Haddad solicitou aos participantes que não distorcessem suas palavras ou fizessem uma interpretação equivocada do que foi dito. Ele enfatizou que, se houvesse alguma dúvida, poderiam questioná-lo para esclarecimentos. Durante a reunião, um dos presentes indagou sobre a possibilidade de contingenciamento caso algumas despesas obrigatórias ultrapassassem as projeções.
O ministro confirmou que, se determinadas despesas excedessem o planejado, poderia haver a necessidade de contingenciar gastos, seguindo as diretrizes fiscais. Ele ressaltou que o crescimento de despesas obrigatórias além do previsto poderia impactar outras áreas, exigindo medidas de contenção.
Entre os agentes do mercado, especulou-se que Haddad mencionou a possibilidade de contingenciar R$ 30 bilhões, porém a decisão de cortar despesas ou modificar o cenário cabia ao presidente Lula e seria tomada em agosto. A interpretação difundida entre alguns agentes era de que o governo optaria por ajustes no arcabouço em vez de cortes de gastos.
Haddad refutou essa interpretação, considerando-a equivocada e irracional. Ele esclareceu que durante a reunião, abordou a necessidade de contingenciamento caso as despesas obrigatórias extrapolassem o orçamento planejado, seguindo as normas estabelecidas.
O ministro forneceu respostas claras durante a reunião, especialmente em relação às despesas previdenciárias. Ele destacou duas tendências: o aumento de despesas e medidas de economia implementadas pela administração da Previdência. Haddad enfatizou a importância de revisar e ajustar as projeções mensalmente, de acordo com os acontecimentos, como feito nos relatórios bimestrais.
Haddad expressou seu desapontamento com a situação, considerando-a irresponsável. Ele sugeriu entrar em contato com o CEO do Santander para esclarecimentos, enfatizando a importância da interpretação correta dos fatos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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