Preço sobe pela primeira vez desde posse, prejudicando estratégia de reformas. Milei amplia isolamento com países regionais. Inflação acumulada atinge menor indicador.
O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrentou desafios em sua tentativa de lidar com a inflação no país. Após a aprovação dos pacotes econômicos pelo Congresso argentino, Milei planejava implementar reformas adicionais para estabilizar a economia. No entanto, contratempos internos e externos surgiram, dificultando seu progresso.
Além da questão da inflação, a preocupação com o índice de preços ao consumidor também se tornou evidente. As medidas propostas por Milei visavam não apenas controlar a inflação, mas também garantir a estabilidade dos índices de preços ao consumidor. A busca por soluções para esses desafios econômicos continua sendo uma prioridade para o governo argentino.
Desafios da Inflação e Estratégia de Aprovação
No cenário interno, Milei enfrentou um revés com a divulgação do índice de preços ao consumidor de junho, que quebrou a sequência de queda constante desde o início do mandato do presidente argentino. Partindo de 25,5% em dezembro, a inflação foi diminuindo mês a mês até chegar a 4,2% em maio – o menor indicador desde fevereiro de 2022. No entanto, em junho, ela subiu para 4,8% em Buenos Aires, a metrópole mais populosa do país, com destaque para a categoria habitação, que engloba água, eletricidade e gás, registrando um aumento de 7,3% no mês. Em 2024, a inflação acumulada atingiu 89%, alcançando 272,7% na base anual.
A projeção do banco central é de que a inflação mensal permaneça estável entre 4,5% e 5,5% nos próximos meses, indicando que as primeiras medidas para conter a inflação estão começando a mostrar sinais de esgotamento. A estratégia de aproveitar a aprovação do público para novas políticas econômicas se torna crucial nesse contexto.
No âmbito externo, Milei optou por boicotar a reunião de cúpula do Mercosul em Assunção, no Paraguai, em mais uma tentativa de desafiar o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem nunca se encontrou oficialmente, e o presidente boliviano Luis Arce, com quem teve desentendimentos recentes e cujo país acabou de ingressar no Mercosul. Essa atitude inédita de um presidente argentino em não participar da cúpula do Mercosul sem uma justificativa relevante gerou críticas do presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do anfitrião paraguaio Santiago Peña, os únicos líderes conservadores regionais com quem Milei mantém boas relações.
A importância da aprovação pública e da estratégia para aproveitá-la se torna evidente nesse contexto de desafios políticos e econômicos. A intransigência da delegação argentina, liderada pela ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, em relação à ampliação do orçamento do bloco e outros temas, causou descontentamento entre os chefes de Estado presentes na cúpula. O embargo argentino a questões como gênero e a Agenda 2030 das Nações Unidas também dificultou o consenso para uma declaração final do encontro.
Diante desses desafios, a estratégia de Milei para lidar com a inflação e aproveitar a aprovação do público se torna fundamental para garantir uma nova fase de estabilidade econômica e política no país.
Fonte: @ NEO FEED
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