Títulos emitidos por bancos não são valores mobiliários e não se sujeitam às novas regras de distribuição que começam em novembro.
Profissionais do setor de investimentos estão demandando normas de transparência que se estendam à distribuição de produtos financeiros oferecidos pelos bancos, como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letra de Crédito Imobiliário). Essa iniciativa visa garantir que os investidores tenham acesso a informações claras e precisas sobre os investimentos que estão considerando.
A busca por transparência é fundamental para promover a confiança no mercado financeiro. A adoção de práticas que assegurem a clareza nas informações disponibilizadas é essencial para que os investidores possam tomar decisões informadas, refletindo um ambiente de abertura e responsabilidade no setor. A transparência é a chave para um mercado mais justo.
Regras de Transparência na Distribuição de Investimentos
A partir do mês de novembro, novas regras de transparência entrarão em vigor, impactando a distribuição de investimentos que são considerados valores mobiliários. Entretanto, é importante notar que os títulos emitidos pelos bancos não se enquadram nessa categoria e, portanto, não estarão sujeitos a essas diretrizes. De acordo com a resolução 179 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os investidores terão acesso a uma visão abrangente sobre as formas de remuneração que as corretoras e os assessores de investimentos recebem ao comercializar produtos financeiros. Isso inclui também outros incentivos que podem gerar um potencial conflito de interesse.
Clareza nas Comissões e Taxas
Os investidores poderão conhecer, de maneira clara, as comissões cobradas diretamente, além dos percentuais referentes às taxas de administração e performance dos fundos que são retidas pela corretora e pelo assessor. Também será possível visualizar o spread, que é a diferença entre o custo de aquisição e o preço de venda de valores mobiliários, entre outras formas de remuneração que, até então, estavam ocultas. A Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos (Abai) enviou um ofício solicitando que essas regras de transparência sejam aplicadas também ao mercado regulado pelo Banco Central e recebeu uma resposta indicando que a CVM já iniciou conversas sobre o tema com o BC.
Abertura e Isonomia no Mercado
A Abai expressa preocupação com a isonomia no setor. Atualmente, existem gerentes de bancos e diversos profissionais atuando no mercado de investimentos, mas a nova norma foca especificamente nos assessores de investimentos. Francisco Amarante, superintendente da Abai, destacou essa questão durante um evento da plataforma Warren Investimentos na quinta-feira (5). A Anbima também está atenta a essa situação. Luiz Henrique Carvalho, gerente executivo de representação da distribuição da Anbima, ressaltou que a norma da CVM se aplica apenas a produtos que são classificados como valores mobiliários, excluindo CDBs, LCAs, LCIs e títulos públicos.
Desafios e Expectativas para o Futuro
O Banco Central, em algum momento, precisará se posicionar sobre este assunto. É muito provável que as instituições financeiras comecem a se movimentar em resposta a essas novas exigências. Carvalho enfatizou que os clientes devem questionar as remunerações que estão sendo oferecidas. ‘Existe uma assimetria com a qual nos preocupamos. A transparência deve ser uma realidade também nos bancos’, afirmou, destacando a importância da clareza e da nitidez nas relações financeiras.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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