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Impacto nas ações das distribuidoras de combustíveis deve ser inferior a metade do valor total dos ativos fiscais, alertam analistas da XP.
Segundo os especialistas da XP Regis Cardoso e Helena Kelm, as empresas que atuam no setor de energia serão diretamente impactadas pela medida provisória (MP) que modifica as normas relacionadas aos créditos tributários de PIS/Cofins. Entre as estratégias de mitigação de riscos, é fundamental que as organizações estejam atentas às mudanças para garantir a adequada utilização dos créditos tributários disponíveis.
Além disso, é essencial considerar a complexidade do sistema de tributação vigente para otimizar a gestão dos ativos de crédito e garantir a conformidade com as novas diretrizes. Nesse contexto, as empresas como Vibra e Ultrapar devem estar preparadas para ajustar suas operações e maximizar o aproveitamento dos créditos fiscais disponíveis, a fim de manter a competitividade no mercado.
Impacto dos Créditos Tributários nas Distribuidoras de Combustíveis
De acordo com análises recentes, os créditos fiscais de PIS/Cofins da Vibra e da Ultrapar representaram significativas parcelas de seus valores de mercado no primeiro trimestre deste ano. Os créditos tributários da Vibra totalizaram R$ 3 bilhões, correspondendo a 13% do valor de mercado da empresa, enquanto a Ultrapar obteve cerca de R$ 2,4 bilhões em créditos, equivalentes a 9,5% de seu valor de mercado.
Os ativos de crédito têm sido objeto de atenção por parte dos analistas, que ressaltam a importância de considerar a capitalização de mercado como referência de tamanho relativo. No entanto, acredita-se que o impacto sobre as ações não deve ser diretamente proporcional ao valor total dos créditos fiscais, podendo ser menos da metade desse montante.
Os especialistas apontam que o cálculo real dos créditos tributários apresenta nuances complexas, especialmente no que diz respeito à monetização desses ativos. Os distribuidores de combustíveis, em particular, podem enfrentar desafios relacionados ao valor presente, uma vez que a conversão dos créditos em recursos financeiros pode demandar um período prolongado.
É destacada a possibilidade de a Vibra ainda reconhecer créditos adicionais no futuro, o que acrescenta uma camada de incerteza ao cenário. Os analistas da XP ressaltam que a natureza do setor de distribuição de combustíveis, com sua tributação específica, pode impactar a valorização dos ativos de crédito e influenciar o balanço patrimonial das empresas.
Em meio a essas considerações, as mudanças na tributação anunciadas pelo governo, como a proposta de medida provisória (MP 1227) para alterar as regras dos créditos tributários de PIS/Cofins, ganham destaque. Estas alterações visam compensar a redução da tributação sobre a folha de pagamento em setores intensivos em mão de obra, com um impacto significativo nas contas públicas.
A estimativa é que as modificações propostas possam arrecadar R$ 29 bilhões em créditos tributários, divididos entre o regime tributário presumido do PIS/Cofins e os créditos gerais de PIS. Essas mudanças têm o potencial de redefinir a forma como as empresas utilizam seus créditos fiscais, impactando diretamente suas operações e estratégias financeiras.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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