Segundo o relatório da consultoria, para 2024 as expectativas são positivas com a queda da insegurança no mercado. Retorno ao trabalho híbrido e uso intensivo de inteligência artificial são esperados.
O crescimento da inteligência artificial tem impactado significativamente diversos setores da economia, revolucionando processos e aumentando a eficiência operacional das empresas. De acordo com especialistas, a inteligência artificial tende a se consolidar cada vez mais como uma ferramenta essencial para a competitividade das organizações.
A IA já é uma realidade em muitos setores, desde a automação de tarefas simples até a análise avançada de dados para tomada de decisão estratégica. A tendência é que a inteligência artificial continue a se desenvolver e se integrar cada vez mais ao cotidiano das empresas, trazendo inovações e oportunidades únicas para aqueles que souberem aproveitar seu potencial.
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Impacto da inteligência artificial nas demissões em massa
A pesquisa ‘Tendências de Gestão de Pessoas‘ aponta que 16,7% das empresas do país realizaram grandes rodadas de desligamentos, ante 12,4% em 2022.Especialistas ouvidos pela CNN apontam diversos fatores para o movimento, como o avanço da inteligência artificial (IA), pressão dos juros elevados e reorganização das empresas após a crise da Covid-19.O levantamento foi realizado entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 com 1.864 respondentes de todo o Brasil e de organizações dos setores de Tecnologia, Indústria, Serviços e outros.Daniela Diniz, porta-voz da pesquisa, destaca o efeito de demissões em massa, principalmente no setor de tecnologia, que tiveram grande demanda por profissionais durante a pandemia, mas que posteriormente enfrentaram mudanças nas estruturas.’À medida que a pandemia foi arrefecendo, o retorno ao trabalho híbrido e presencial ganham força e a inteligência artificial entra no jogo, a demanda por aquele perfil de profissional que se buscou nos anos pandêmicos diminui e as empresas passam a reajustar seus quadros’, explica.Para Manu Pelleteiro, especialista em gestão com pessoas, a alta se relaciona com rescaldos econômicos da pandemia, taxas de juros elevadas e aumento dos investimentos em tecnologia, entre outros pontos.O setor tecnológico, que é um dos principais destacados pela pesquisa, viu cortes impulsionados por uma tendência que ele mesmo criou: a inteligência artificial (IA).
Leia Mais 3 em cada 4 profissionais brasileiros acreditam que a IA substituirá seus empregos, revela pesquisa Mais escolarizadas, mulheres têm menor participação no mercado de trabalho e recebem 21% menos que homens, diz IBGE Pedidos de licença-maternidade por MEIs crescem 162,5% em 8 anos ‘Temos visto um grande movimento de desligamentos por parte das empresas, à medida que muitos fenômenos interferem nessa decisão, como o uso intensivo de inteligência artificial e a reestruturação dos negócios.
Isso aconteceu principalmente no setor da tecnologia, mas vários outros ramos de atividade foram afetados’, explica a professora da FIA Business School, Lina Nakata.No ano passado, big techs como Google, Microsoft, Amazon e Meta realizaram dezenas de milhares de cortes à medida que seguem investindo pesado em inteligência artificial generativa.O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, denominou 2023 como o ‘Ano da Eficiência’, não sendo isso um impeditivo para as demissões, que devem seguir esse ano.De acordo com a pesquisa, 44,7% das empresas brasileiras já trabalham com algum modelo de IA, enquanto 24,1% estudam como utilizar.Enquanto isso, 28,1% dos trabalhadores notam o potencial que a ferramenta tem para substituir suas funções parcialmente ou na totalidade.Nakata reforça que o mercado de trabalho está ‘doente’ ao enfrentar ‘constantes ameaças’.’Aquele sentimento misto de estabilidade [das empresas] com fidelidade [dos colaboradores] caiu há vários anos, e as demissões em massa são frequentes, sendo um recurso aplicado a cada variação do mercado’, afirma a especialista.A pesquisadora aponta que a doença é ‘contagiosa’, uma vez que a saúde das empresas pode abalar a dos funcionários.’Isso [o temor sobre demissões] gera uma insegurança grande e as pessoas ficam pressionadas para mostrar um alto desempenho, à medida que sofrem com muitas questões mentais ao mesmo tempo’, explica Nakata.Insegurança diminui e perspectivas melhoramApós um ano de maior insegurança com o mercado de trabalho, — em 2023, 30,5% tinham uma perspectiva de incerteza, ante 19% em 2022 — o relatório aponta que a perspectiva para 2024 melhorou.No ano passado, o otimismo havia caído de 80% para 67,8%.
Expectativa para contratações e dificuldades no mercado de trabalho
Agora, a taxa é de 70,4%.E a perspectiva se reflete na maneira como é visto o movimento das empresas em relação a contratações: 47,5% dos respondentes afirmam que suas companhias pretendem expandir o número de funcionários este ano, enquanto 8,5% devem realizar demissões.Contudo, o relatório da GPTW aponta que mais da metade (56,4%) das empresas têm dificuldades para contratar novos trabalhadores.O principal motivo destacado foi a falta de profissionais qualificados para o cargo, problema relatado pela maioria de 79,1%, diferença de 46,2 pontos percentuais para o segundo colocado.
Os outros motivos foram:Falta de comprometimento dos candidatos no processo seletivo (32,9%);Demora no processo de recrutamento e seleção (21,2%);Indecisão ou indefinição por parte da gestão (18,6%);Dificuldade para definir o perfil do candidato (14%).Saúde do trabalhadorO relatório da GPTW aponta que em 2023, pela primeira vez em sua série histórica, — iniciada há seis anos — a saúde mental foi o principal desafio para a gestão de pessoas no ano, indicada por 36,9% dos respondentes.A pesquisa revela que 96,9% das pessoas consideram a saúde mental e emocional um tópico importante na gestão de pessoas.
Contudo, a percepção é de que menos da metade (47,2%) das empresas investe em maneiras de tratar seus funcionários.Para a professora da FIA, a relação entre as demissões e a saúde mental do trabalhador é clara e passou a ser mais evidente com os efeitos do isolamento social.’Desde o início da pandemia, os casos de ansiedade, depressão, burnout e outras questões mentais passaram a aumentar muito, e as pesquisas mostram que esses indicadores ainda não melhoraram’, afirma Nakata.’Com isso, a saúde mental passou a ser um tema mais debatido e evidente, sendo também um fator de saída das pessoas das empresas’, conclui.*Sob supervisão de Gabriel Bosa Tópicos Demissões Mercado de Trabalho relatório Compartilhe:
Fonte: © CNN Brasil
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