Advogada enfrentou problemas com dependência ao buscar desabafar jogando, perdendo R$100 mil no ‘jogo do foguete’.
‘Acordava de madrugada para jogar. Ganhava, mas rapidamente a ganância me dominava e eu não parava até perder tudo’.
Esse é um dos muitos relatos de quem tem enfrentado problemas com dependência em jogos no Brasil. A popularidade dos jogos online tem crescido exponencialmente, proporcionando uma experiência interativa e imersiva para milhões de jogadores em todo o país.
Com o aumento dos jogos online, é importante estar atento aos riscos associados, como as apostas online e o desenvolvimento de dependência em jogos. É fundamental buscar um equilíbrio saudável ao desfrutar dessas atividades de entretenimento, evitando assim cair em práticas de jogos de azar. A conscientização sobre os limites e a busca por ajuda especializada são passos essenciais para garantir uma experiência positiva e segura no mundo dos jogos online.
Desabafar e Buscar Ajuda em Jogos Online
Em uma comunidade online, quase 500 pessoas se reúnem para desabafar e buscar apoio para enfrentar problemas com dependência em jogos online. 💸 Duas mulheres que enfrentaram altos valores em pouco tempo em apostas online compartilharam ao g1 o processo que as levou até esse caminho.🚨 Em comum, está a vontade de alertar outras pessoas sobre os riscos da dependência. 🎰 Os jogos mencionados nesta reportagem são do tipo caça-níquel online, que foram autorizados no Brasil pela lei 14.790/2023, a mesma que regulamentou o funcionamento das bets – como são chamadas as plataformas de apostas esportivas. No entanto, eles são diferentes das apostas esportivas que envolvem desempenho de atletas reais.🎰 Pela lei sancionada, menores de 18 anos não podem fazer apostas. Também é vedada a participação de pessoas diagnosticadas com ludopatia, que é a compulsão por jogos de azar.🎰 A lei autoriza que esse tipo de jogo de resultado aleatório seja ofertado exclusivamente online – ou seja, não permite a instalação de máquinas físicas para a realização desse tipo de jogo, e proíbe a veiculação de ‘afirmações infundadas’ sobre as chances de ganhar.
Relatos de Jogadores e Grupo de Ajuda
Nesta reportagem, você vai ver: Patrícia: cozinheira que perdeu R$ 80 mil em 2 mesesJuliana*: advogada que perdeu R$ 100 milRelatos de jogadoresGrupo de AjudaComo proteger quem se vicia?💸🚀Cozinheira perdeu R$ 80 mil em dois meses: ‘comparo ao crack’ O relato que abriu esta reportagem é de Patrícia, cozinheira de 43 anos do interior de São Paulo. Ela disse que entrou no mundo dos jogos online de forma despretensiosa, mas o vício acabou levando todas suas economias.’A evolução do vício é muito rápida e comparo mesmo ao crack. Eu zerei R$ 80 mil em dois meses sem perceber’, disse a cozinheira. Patrícia é casada, tem quatro filhos e um neto. Ela conta que nunca gostou de apostas por causa de um trauma familiar, já que um irmão havia perdido praticamente tudo em jogos. Mas, sua relação com os jogos começou a mudar no final de 2020.Um dia, enquanto cuidava do neto doente, ela recebeu uma propaganda no celular de um jogo online que envolvia apostas. Por curiosidade, ala acessou o link e começou a jogar. ‘Nessa época eu estava com as minhas contas em dia. Eu trabalho vendendo as minhas marmitas e o negócio ia muito bem. Além disso, eu inha uma reserva no banco’, conta.A primeira aposta veio no jogo conhecido como crash, ou ‘jogo do foguete’. (Entenda mais abaixo) ‘Entrei para passar o tempo. O meu neto logo melhorou e voltou para a creche, mas eu, sem perceber, estava me afundando’, recorda. ‘Acordava de madrugada para jogar. Ganhava, mas rapidamente a ganância me dominava e eu não parava até perder tudo.Nem percebi o dinheiro saindo da conta, mas lembro que no aniversário do meu neto eu não tinha dinheiro para ajudar na festa’, conta. Desse dia em diante, a vida da Patrícia saiu dos eixos: 💸 começou a pegar
Enfrentando Problemas com Dependência em Jogos Online
empréstimos para continuar jogando, mentindo para a família sobre o destino do dinheiro. ‘Eu dizia que estava investindo em algo, mas era tudo para o jogo’, conta. Patrícia chegou a vender pertences da família para manter o vício. ‘Vendi meu celular, peças de ouro, tudo o que podia para continuar jogando. Era uma necessidade incontrolável’, desabafa. A cozinheira conta que, mesmo quando percebeu a gravidade da situação, foi difícil buscar ajuda. ‘Eu sabia que estava errado, mas a sensação de jogar era mais forte. Só quando me vi sem nada, sem dinheiro, sem família, foi que busquei ajuda’, relata. Patrícia encontrou um grupo de apoio online e começou a frequentar as reuniões. ‘Foi lá que encontrei pessoas que passaram pelo mesmo que eu. Pessoas que entenderam a minha dor e me ajudaram a superar’, diz. Hoje, Patrícia está em tratamento para a dependência em jogos e aconselha quem enfrenta problemas semelhantes a buscar ajuda o mais rápido possível. ‘Não deixem o orgulho ou a vergonha impedir vocês de pedirem ajuda. A dependência em jogos é uma doença séria e precisa ser tratada’, finaliza. A história de Patrícia é um alerta sobre os perigos das apostas online e a importância de buscar apoio para enfrentar a dependência em jogos. A conscientização e o apoio são fundamentais para superar esse desafio e retomar o controle da própria vida.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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