Segundo o major Anderson Saif, da PM do Amazonas, garimpeiros usaram WhatsApp para se comunicar sobre garimpo ilegal em Humaitá.
MANAUS, AM (FOLHAPRESS) – Garimpeiros causaram tumulto em confronto com autoridades em praça pública de Humaitá, no sul do Amazonas, depois da destruição de mais de 223 embarcações de garimpo ilegal nos rios Madeira, Aripuanã e Manicoré. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, 14 indivíduos foram apreendidos. Seis continuam sob custódia, conforme o delegado Mozer Torquarto.
O embate entre garimpeiros e policiais ressalta a persistência da atividade de garimpo ilegal na região, que tem sido alvo de intensa fiscalização. A presença de mineradores ilegais tem causado danos significativos ao meio ambiente, gerando preocupações entre os órgãos de proteção ambiental. A atuação dos garimpeiros ilegais tem sido um desafio constante para as autoridades locais, que buscam coibir as atividades prejudiciais ao ecossistema.
Conflito entre garimpeiros e policiais federais em Humaitá
Uma situação de conflito teve início por volta das 16h da última terça-feira (21) no porto da cidade de Humaitá. Tudo começou quando os agentes da Polícia Federal retornavam de uma operação de queima de dragas de garimpo ilegal nos rios da região. O major Anderson Saif, da Polícia Militar do Amazonas, relatou que os garimpeiros, em comunicação via WhatsApp, aguardavam o desembarque dos policiais federais.
Centenas de garimpeiros ilegais estavam presentes e, ao perceberem que o número de policiais era menor do que o esperado, decidiram se dirigir à casa do prefeito. No entanto, a PM conseguiu dispersar o grupo através do diálogo. Mais tarde, por volta das 18h30, um grupo maior de pessoas tentou invadir a sede da prefeitura e da Câmara Municipal de Humaitá.
A situação se intensificou, e relatos indicam que houve confronto com pedradas, tiros e rojões. O major Saif descreveu a cena como uma ‘guerra civil’ no centro da cidade, com pessoas correndo em meio ao caos. A confusão só foi controlada por volta das 21h, com cinco pessoas feridas, incluindo quatro policiais, que não correm risco de vida.
Durante o confronto, a Polícia Militar utilizou munição não letal, como bala de borracha e gás lacrimogêneo. Suspeita-se que os garimpeiros estivessem armados com armas de baixo calibre, devido aos ferimentos causados em um dos policiais. O major Saif solicitou reforço à Secretaria de Segurança de Rondônia, que prontamente atendeu ao pedido.
Além disso, um reforço vindo de Manaus está a caminho de Humaitá. O secretário da Segurança do Amazonas, coronel Vinícius Almeida, expressou preocupação com a falta de aviso prévio sobre as operações da Polícia Federal na região, o que pode resultar em conflitos como esse.
A Polícia Federal, por sua vez, destacou que a Operação Prensa, iniciada há três dias, continua em andamento na região. A atividade ilegal de garimpo causa danos ao meio ambiente e à saúde pública, devido à contaminação do rio por substâncias tóxicas. A PF ressaltou que a ação será contínua e sem prazo determinado para finalização.
Além disso, a presença de garimpeiros ilegais interfere na cultura dos povos indígenas da região, como os mura que habitam a região do rio Madeira. Até o momento, as assessorias da PF em Rondônia, da Funai e do Ibama não se pronunciaram sobre o ocorrido.
A situação em Humaitá permanece tensa, com autoridades locais e estaduais monitorando de perto os desdobramentos do conflito entre garimpeiros e as forças de segurança. A comunidade aguarda por uma resolução pacífica e duradoura para a questão do garimpo ilegal na região.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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