Onda de frio e chuva reduziram focos de queimadas no centro-sul do Brasil na primeira quinzena de julho de 2024, mas seco quente preocupa até agosto.
Análise de Fábio Luego, meteorologista da Climatempo. As queimadas no Pantanal têm sido motivo de preocupação no Brasil nos últimos tempos, devido ao significativo aumento em comparação com anos anteriores. O clima seco e quente dos últimos meses tem sido um dos principais fatores que contribuíram para o aumento expressivo dos focos de incêndio no bioma.
Além disso, os incêndios florestais no Pantanal estão impactando severamente a biodiversidade da região, colocando em risco diversas espécies de animais e plantas. A situação requer uma ação urgente e coordenada para combater as queimadas e preservar esse importante ecossistema.
Impacto da Onda de Frio na Redução dos Focos de Queimadas
No entanto, uma excelente notícia surge em meio às preocupações com os incêndios florestais: a onda de frio que afetou parte do centro-sul do Brasil na primeira quinzena de julho teve um papel fundamental na diminuição dos focos de queimadas.
A relação entre as queimadas e as condições climáticas é evidente, com fatores como umidade, tempo seco, altas temperaturas e ventos influenciando diretamente a propagação dos focos de incêndio.
O mês de julho foi um reflexo claro dessa relação, especialmente na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, que apresentou o maior número de focos de fogo no Brasil até o momento, totalizando 2820 focos até o dia 22 de julho.
No início do mês, quando as temperaturas ultrapassavam os 30°C, houve um aumento significativo no número de focos de incêndio, com 381 focos registrados nos primeiros 6 dias.
Para efeito de comparação, durante todo o mês de julho de 2023, o Pantanal teve 126 focos, enquanto nos primeiros 6 dias de julho de 2024, foi registrado o segundo maior número de focos para o mês, ficando atrás apenas de 2020, com 602 focos.
No entanto, entre os dias 7 e 16 de julho, a onda de frio trouxe temperaturas mais amenas para a região, com máximas abaixo dos 20°C, aumento da umidade do ar e até mesmo chuvas pontuais. Esse período de clima mais ameno resultou em uma drástica redução no número de focos de incêndio, chegando a zerar por vários dias e totalizando apenas 29 focos em 9 dias.
Apesar dessa pausa temporária, a preocupação com as queimadas persiste, especialmente considerando a escassez de chuvas prevista para os próximos meses. Historicamente, agosto e setembro são os meses mais críticos em termos de incêndios florestais, o que torna a situação do Pantanal em 2024 ainda mais alarmante.
Fonte: @ Terra
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