Evento destaca a musicalidade do poeta curitibano, com obras variadas, atividades diversas e preservação da memória musical.
Não viveu na mesma época da internet, mas é viável conectar sua produção a ela, pela diversidade de estilos e influências. Paulo Leminski, conhecido por sua capacidade de inovar constantemente, é considerado até hoje uma figura extremamente produtiva, transitando de poeta a judoca, desafiando a visão daqueles que acreditam que quem se dedica a atividades muito distintas acaba fazendo tudo de forma mediana ou deixando algumas coisas inacabadas.
Além de ser reconhecido como um escritor de grande versatilidade, Paulo Leminski também é lembrado por sua habilidade como poeta, conquistando admiradores com sua escrita única e marcante. Sua obra continua a inspirar novas gerações, demonstrando que a criatividade e a dedicação podem ultrapassar as barreiras de diferentes áreas de atuação.
Paulo Leminski: Escritor e Poeta Altamente Produtivo
A pessoa descrita é o escritor e poeta curitibano Paulo Leminski, que faria 80 anos neste sábado (24). Por conta da data, sua família, que ainda destina muitas e muitas horas à preservação de sua memória, organizou o Festival Paulo Leminski, que será realizado na pedreira que leva seu nome, também hoje. O evento reunirá nomes como Arnaldo Antunes, Paulinho Boca de Cantor, da banda Novos Baianos, e A Banda Mais Bonita da Cidade, todos tocando composições de Leminski. A proposta é reunir diversas gerações que o influenciaram nos processos criativos. A programação conta ainda com uma feira literária, intervenção de grafite e oficinas.
Paulo Leminski: Uma Figura Musical Tendência
Na tarde desta sexta-feira (23), os três lotes de ingressos estavam esgotados e havia fila de espera de mil pessoas. Muitas pessoas desconhecem as composições musicais de Leminski, principalmente porque a tendência é a de se atribuir a autoria ao intérprete da obra. No caso do curitibano, as parcerias incluíram nomes de gigantes da música, como Itamar Assumpção e Caetano Veloso.
Paulo Leminski: Convivência e Atividades Diversas
Essas são colocações de uma das filhas do escritor e da também poeta Alice Ruiz, a escritora e musicista Estrela Ruiz Leminski, que tinha 8 anos quando o pai morreu. Não se pode dizer que o conheceu tão pouco porque, embora fosse nova quando ele faleceu, a convivência se esticava e se fortalecia ao longo dos dias, salpicando o cotidiano com um bem-querer recíproco e certo grau de comicidade. Enquanto a mãe trabalhava fora, como publicitária, o expediente dele era cumprido em casa, onde cuidava de Estrela e podia ser ‘uma pessoa obsessiva, que trabalhava o dia inteiro’. A musicista conta que foi o pai a primeira pessoa a incentivá-la a fazer suas próprias invencionices no ramo. ‘Foi a primeira pessoa que colocou um violão no meu colo e falou: Vamos fazer uma composição”, relata.
Paulo Leminski: Preservação e Organização de Memória
Às vezes, Estrela acordava de madrugada, e seu pai colocava O Gordo e o Magro para que assistisse até cair no sono novamente. Além disso, Paulo Leminski adorava histórias em quadrinhos de terror e as lia para ela, o que irritava a mãe, e ensinou os filhos a arremessar facas e a fincá-las nas paredes. ‘Ele adorava bangue-bangue, ele tinha isso. Eu me lembro de ele me levar para ver luta livre, eu, pequena. Era um Paulo meninão. Foi isso que ficou’, recorda. Estrela lembra que o pai era um estudioso de vários idiomas e culturas, como a japonesa, e tem como uma de suas singularidades a poesia rápida. ‘Toda vez que tentam colocar um rótulo no meu pai, ele escorrega’, diz ela, justificando que isso ocorre porque buscava conhecer inúmeros movimentos culturais e outros campos, como a geografia. ‘A gente sempre sentiu necessidade de trazer para as pessoas todas as facetas e complexidades’, sublinha. Um lado explorado, mas pouco reconhecido de Paulo Leminski, é o da música. Um dos motivos por que parte de suas obras ficou oculta foram as proibições de agentes da ditadura instaurada com o golpe de 1964. ‘Recentemente, apareceram canções inéditas do meu pai com o Ivo.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo