Grupo de Saúde Bueno avança R$ 1,5 bilhão para capital futuro, mostrando alívio operacional e divulgando balanço, injetando recursos, adiantando investimentos.
Como resultado de um diagnóstico que combinou a crise do setor de saúde e investimentos que não trouxeram o retorno esperado, a família Bueno viu, nos últimos meses, sua saúde financeira cada vez mais debilitada. A dívida crescente e a alavancagem elevada são um dos principais sintomas que colocaram a empresa sob os holofotes do mercado.
A família Bueno, controladora da Dasa, está buscando estratégias para reverter esse cenário desafiador. A empresa está focada em implementar medidas que possam fortalecer sua posição no mercado e garantir sua sustentabilidade a longo prazo. A família Bueno está confiante de que, com ações assertivas, será possível superar os obstáculos atuais e retomar o crescimento de forma sólida e consistente.
Operação de Injeção de Recursos da Família Bueno na Dasa
E, buscando reverter essa situação desafiadora, a empresa optou por uma estratégia já utilizada em momentos anteriores de sua história. A Dasa aproveitou a publicação do seu balanço do primeiro trimestre para revelar uma injeção de recursos de R$ 1,5 bilhão provenientes da família Bueno, sua controladora, como um adiantamento para um futuro aumento de capital.
De acordo com o comunicado relevante divulgado pelo grupo, o aumento de capital está programado para ocorrer até 31 de dezembro de 2024, ou até mesmo antes dessa data, caso a empresa consiga concretizar alguma transação que resulte na redução de sua dívida líquida em pelo menos R$ 2,5 bilhões.
Essa movimentação é uma clara demonstração de que o sócio-controlador, com vasta experiência no setor de saúde, está apostando no projeto da Dasa. Lício Cintra, CEO da Dasa, destacou em uma teleconferência com analistas que essa ação reforça o compromisso de longo prazo da família Bueno com a empresa.
Cintra, que assumiu a posição de CEO da companhia no início deste ano, ao lado de uma nova equipe de executivos de alto escalão, sucedendo Pedro Bueno, enfatizou a importância desse passo no processo de desalavancagem do grupo. Com a injeção de R$ 1,5 bilhão, a Dasa passa a dispor de R$ 3,6 bilhões em caixa, considerando os R$ 2,1 bilhões com os quais encerrou o primeiro trimestre.
Esse montante excede significativamente as necessidades de pagamento de dívidas em 2024 e 2025, proporcionando à empresa uma posição mais sólida para negociar com seus credores e explorar opções de desalavancagem no futuro próximo.
Repercussão no Mercado Financeiro
Apesar da associação da injeção de capital com a divulgação do balanço, o mercado não reagiu de forma positiva. As ações da Dasa apresentaram uma queda de 4,87% por volta das 15h30 na B3, sendo negociadas a R$ 3,32, o que resulta em um valor de mercado de R$ 2,4 bilhões. No acumulado do ano, os papéis registram uma desvalorização de 65,4%.
Um gestor com posição vendida no papel expressou surpresa com a reação do mercado, esperando que as ações valorizassem. No entanto, ele pondera que a preocupação atual está mais voltada para o curto prazo e os resultados recentes, que foram desfavoráveis.
Apesar disso, o gestor reconhece que o anúncio feito junto à divulgação do balanço é, em princípio, um sinal positivo. Ele destaca que a empresa enfrenta um alto nível de endividamento, e a disposição da família Bueno em fornecer esse aporte financeiro é reconfortante. A entrada de R$ 1,5 bilhão no caixa da Dasa representa uma espécie de salva-vidas em meio às dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa.
Fonte: @ NEO FEED
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