Plano da empresa inclui fusão de redes de hospitais, aumento de unidades e inaugurações, apesar do desinvestimento recente em Belém.
Em 2020, José Henrique Salvador assumia a posição de diretor de operações da rede de hospitais Mater Dei (MATD3), em meio a um cenário de expansão. A pandemia trouxe consigo desafios inesperados, como o represamento de procedimentos eletivos e o aumento nos preços de insumos. Além disso, as operadoras de saúde adotaram uma postura cautelosa, diminuindo os repasses de preços para manter seus clientes, em um contexto em que a taxa de juros atingia seu piso histórico.
Diante desse panorama desafiador, a equipe liderada por José Henrique Salvador precisou encontrar estratégias para garantir o crescimento e o desenvolvimento da rede de hospitais Mater Dei. A busca por soluções inovadoras e a ampliação da oferta de serviços se tornaram prioridades, visando não apenas superar os obstáculos atuais, mas também preparar a instituição para futuros desafios. A capacidade de adaptação e a visão de longo prazo se mostraram essenciais para enfrentar as adversidades e promover a expansão sustentável da empresa.
Expansão da Mater Dei no Mercado de Hospitais
A empresa, no entanto, estava se preparando para uma expansão significativa. Diante de um processo de consolidação do setor nos últimos anos, a Mater Dei testemunhou, recentemente, a formação de uma das maiores redes de hospitais do Brasil com a fusão entre Dasa (DASA3) e Amil. Esta é uma tendência que a Mater Dei está determinada a acompanhar de perto.
‘Fomos considerados prontos para ser uma das forças consolidadoras do mercado’, afirma Salvador, atual CEO da companhia, em entrevista ao InfoMoney. A empresa está focada em ampliar sua presença e fortalecer sua posição no setor de saúde.
Durante o período de 2021 a 2022, a rede expandiu de três para oito hospitais e está se preparando para inaugurar uma nova unidade em Nova Lima (MG), em agosto. Com esta abertura, a rede manterá oito hospitais, após recentemente vender sua participação em uma unidade em Belém. Além disso, há planos para expandir em 300 leitos considerando o potencial das unidades em Salvador e Betim-Contagem.
As três principais estratégias de crescimento para a rede atualmente incluem aquisições, aumento de capacidade e inaugurações. A empresa está atenta às oportunidades de expansão e está constantemente buscando novas formas de se consolidar no mercado.
Uma das iniciativas em andamento é a construção de um hospital em Santana, Zona Norte de São Paulo, em parceria com a Atlântico, braço de hospitais da Bradesco Seguros. Esta joint-venture representa uma abordagem inovadora para a expansão da Mater Dei, visando uma maior integração com outros agentes do setor.
Para evitar ficar limitada a um único modelo de expansão, a Mater Dei está explorando diferentes formas de parcerias, como a união entre Dasa e Amil, que deu origem à Ímpar. Outro exemplo é a parceria da Oncoclínicas com Unimed e Porto, que demonstra a importância da colaboração no setor de saúde.
Em um movimento oposto à expansão de sua rede de hospitais, a Mater Dei optou por vender sua participação de 70% no Hospital Porto Dias, em Belém, no final de maio. Esta decisão, no valor de R$ 410 milhões, foi motivada por questões estratégicas e financeiras, incluindo divergências com a família fundadora e dificuldades com operadoras locais.
A venda fortaleceu o caixa da empresa e reduziu seu endividamento em cerca de 40%, conforme explicou Salvador. Os 7% das ações que retornam à Mater Dei serão destinados à tesouraria, proporcionando uma base sólida para futuras iniciativas de expansão e crescimento no mercado de hospitais.
Fonte: @ Info Money
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