Governo equatoriano rejeita comentários infelizes de López Obrador sobre assassinato de candidato em eleições equatorianas de 2023, pedindo que embaixadora saia do país.
O presidente do México está envolvido em mais uma polêmica internacional, dessa vez com o governo do Equador. A embaixadora mexicana foi declarada ‘persona non grata’ pelas declarações consideradas ‘infelizes’ feitas por López Obrador sobre as eleições no país sul-americano.
As relações diplomáticas entre os dois países passam por um momento delicado devido às declarações do presidente do México e à reação do governo equatoriano. A postura de López Obrador em relação aos assuntos internacionais está sendo questionada, gerando tensões entre os países.
O presidente do México critica comentários infelizes sobre assassinato de candidato equatoriano
O governo equatoriano de Daniel Noboa também solicitou que a embaixadora mexicana Raquel Serur Smeke deixe o país ‘em breve’, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Equador. A pasta não especificou a data em que a diplomata deverá deixar o país.
Na quarta-feira (3) O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, comparou o assassinato do então candidato equatoriano à presidência Fernando Villavicencio à violência recente vista na atual temporada eleitoral do México, na qual vários candidatos locais já foram mortos a tiros.
As eleições no México estão marcadas para junho. O presidente mexicano afirmou também que a então candidata presidencial equatoriana de esquerda Luisa González foi injustamente associada ao assassinato de Villavicencio e culpou a mídia do Equador, que ele disse ser corrupta. Obrador usou essa comparação para atacar os veículos de mídia mexicanos, alvos frequentes de críticas por parte dele.
‘Estou falando sobre isso para que os proprietários de veículos de mídia e aqueles que estão participando dessas campanhas assumam a responsabilidade’, acrescentou López Obrador.
O termo ‘persona non grata’ é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo.
A nomenclatura foi descrita no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. Segundo Tanguy Baghdadi, professor de Política Internacional, o termo costuma ser usado para pessoas detratoras, que apresentam algum risco de hostilidade para um determinado país.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Equador afirmou que a nação continua de luto pelo assassinato de Villavicencio e que seu governo está comprometido com o princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros países. González, uma protegida do ex-presidente equatoriano Rafael Correa, perdeu a disputa presidencial para Daniel Noboa em outubro do ano passado.
Noboa assumiu o cargo em novembro com a promessa de combater gangues de drogas e conter a crescente violência.
López Obrador denuncia mídia corrupta e defende atuação no caso Villavicencio
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Fonte: © G1 – Globo Mundo
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