Fernando Rocha, economista-chefe da JGP, fala sobre o aumento da taxa de juros, o mercado financeiro e a inflação em ciclo de alta, perspectiva de aumento.
A semana financeira foi marcada por movimentos significativos nas taxas de juros em todo o mundo. Tudo começou quando o Federal Reserve (Fed) reduziu a taxa de juros americana em 0,50 ponto percentual (pp), estabelecendo uma nova faixa de 4,75% a 5%. Essa mudança teve um impacto direto no mercado financeiro global.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a Taxa Selic em 0,25 pp, alcançando 10,75%. Essa decisão foi tomada com o objetivo de controlar a inflação e manter a estabilidade econômica. A Taxa Selic é um importante instrumento de política monetária, e sua variação pode influenciar diretamente a taxa de juros praticada pelos bancos e instituições financeiras. O aumento da Taxa Selic pode ter um impacto significativo no mercado de crédito e na economia como um todo.
Decisões das Autoridades Monetárias e o Impacto na Selic
As direções das decisões das autoridades monetárias eram esperadas pelo mercado financeiro local e estrangeiro, mas havia dúvida sobre o calibre do corte nos Estados Unidos. O mercado estava em dúvida se seria 0,25 pp ou 50 pp. Geralmente o Fed vai para a reunião com muita certeza, mas desta vez estava meio enrolado pela comunicação deles, diz Fernando Rocha, economista-chefe da JGP. No entanto, o mercado nesses últimos dias caminhou para o 0,50 pp. A taxa de juros americana é um fator importante para o mercado financeiro.
A Selic e a Inflação no Brasil
Se nos EUA a redução dos juros é a primeira desde 2020, no Brasil a elevação da Selic é a primeira desde agosto de 2022. Neste momento, o que explica as direções contrárias é a perspectiva de aumento da inflação no mercado local. Em 12 meses, o IPCA acumulado está em 4,24% – e com tendência de se aproximar do teto da meta do Banco Central. A inflação é um fator importante para a definição da taxa de juros. ‘O cenário de inflação tende a ficar um pouco pior no fim do ano’, diz Rocha. ‘Tenho impressão que caminhando três, quatro, cinco meses à frente, teremos uma inflação mensal desconfortável e talvez o Copom tenha que acelerar o ritmo para 0,50 pp.’
Perspectivas para a Selic e a Economia
Na projeção do economista-chefe da JGP, gestora de André Jakurski com quase R$ 30 bilhões sob gestão, o ciclo de alta da Selic termina em 12%. Neste ano, serão mais duas altas de 0,25 pp e 0,50 pp. ‘Como as coisas não são sincronizadas, o que acho que vai acontecer é que a economia vai desacelerar, porque já estamos subindo os juros e o fiscal provavelmente vai moderar um pouco, mas a inflação vai subir’, afirma Rocha. A taxa de juros é um fator importante para a economia.
Entrevista com Fernando Rocha
Nesta entrevista, ele fala também sobre os olhares do mercado sobre Gabriel Galípolo, explica por que prefere a manutenção da meta de inflação, os motivos para o investidor estrangeiro estar distante da dívida pública brasileira e o motivo para o governo não se incomodar com o equilíbrio fiscal. ‘Pergunta para o Haddad ou para o Lula: você prefere gastar menos, botar o pé no freio e fazer um arrocho fiscal para baixar o juro ou continuar gastando e deixar o juro onde está? Acho que eles preferem continuar gastando’, diz Rocha. A Selic é um fator importante para a economia brasileira.
Fonte: @ NEO FEED
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