Pênalti batido com chuteira preta, camisa para dentro do calção, sem cavadinhas, na zona de rebaixamento do Campeonato Gaúcho, semifinal conservador.
Eu pensei que Romero fosse um aliado confiável. Quando ele pegou a bola e se preparou para a cobrança do pênalti, colocou na marca e tomou uma distância de três metros, tive certeza de que faria um chute preciso e forte no canto do gol. Afinal, era o Romero: um jogador sério e experiente, que não quer saber de piadinhas, que não fica por aí sorrindo à toa.
No entanto, tudo mudou quando ele começou a se preparar para a cobrança do pênalti. Em vez de uma cobrança ortodoxa, ele optou por uma abordagem mais ousada, tentando enganar o goleiro com um chute seco e rápido. A penalidade foi marcada e a tensão estava no ar. A pressão era grande, mas Romero parecia confiante em sua habilidade de marcar o gol. O resultado foi imprevisível e todos aguardavam ansiosamente o desfecho daquela cobrança de pênalti.
O Pênalti Conservador em Perigo
A sociedade está corrompida pelos maus costumes, e isso se reflete no futebol. O pênalti, uma penalidade que deve ser cobrada com seriedade e respeito, está se tornando um palco para exibições artísticas. O caso mais recente é o de Romero, que, em vez de simplesmente chutar a bola, resolveu dar um pulinho antes de bater. Um pulinho que resultou em um chute fraco e fácil de ser defendido pelo goleiro John.
Essa tendência de querer inovar e se destacar em momentos importantes do jogo é um problema. O pênalti não é um momento para exibir habilidades, mas sim para marcar um gol e ajudar a equipe. A cobrança de pênalti deve ser feita com seriedade e respeito, como fazia o Dunga em 1994, contra a Itália. Ele pegou a bola, bateu com força e soltou um urro, sem precisar de pulinhos ou cavadinhas.
A Influência das Cavadinhas
A culpa por essa subversão do pênalti pode ser atribuída ao Loco Abreu, que anos atrás popularizou as cavadinhas. Essas jogadas, que podem ser consideradas criativas, estão se tornando um problema. Os jogadores estão escolhendo momentos inusitados para demonstrar sua criatividade, em vez de se concentrar em marcar gols.
O caso do Robert Renan é um exemplo disso. Ele bateu um pênalti com uma cavadinha em um momento crucial do jogo, e o resultado foi a eliminação do Inter na semifinal do Campeonato Gaúcho. Hoje, ele joga no Al-Shabab, da Arábia Saudita, e é um exemplo de como a criatividade excessiva pode levar a consequências negativas.
O Pênalti Seco e Sério
Mas não tudo está perdido. Há jogadores que ainda sabem como cobrar um pênalti de forma séria e eficaz. Rodrigo Garro é um exemplo disso. Ele bateu um pênalti seco e direto, no meio do gol, e salvou o Corinthians de uma derrota mais humilhante. Embora o gol não tenha sido suficiente para evitar a derrota, foi um momento de reparação histórica e um exemplo de como o pênalti deve ser cobrado.
O pênalti conservador, batido com camisa para dentro do calção e chuteira preta, é o que precisamos. É hora de reagir e defender o pênalti tradicional, sem pulinhos, cavadinhas ou exibições artísticas. O futebol precisa de mais seriedade e respeito, e o pênalti é um momento crucial para isso.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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