Pesquisadores da Fapesp são suspeitos de desviar verbas da Fundação; auditoria aponta decisões divergentes e valores desviados dos cofres públicos.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) está investigando possíveis desvios de verba por parte de professores do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. A situação levantou preocupações sobre a transparência e a ética na utilização dos recursos destinados à pesquisa.
As irregularidades financeiras apontadas pela Fapesp levantam questões sobre a prestação de contas e a responsabilidade dos pesquisadores. É fundamental que sejam tomadas medidas para evitar qualquer tipo de desvio de recursos e garantir a integridade das atividades acadêmicas.
Desvios de Verba: Controvérsia e Investigação em Universidade
Entenda abaixo a controvérsia sobre desvios de verba na universidade. A principal suspeita por desvios é Ligiane Marinho de Ávila, ex-funcionária contratada da instituição. Ela foi demitida em janeiro e está sob investigação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MP-SP). O g1 apurou que ela deixou o país em fevereiro.
Uma auditoria realizada pela Fapesp identificou aproximadamente R$ 5 milhões em transferências para a suspeita e está apurando o valor exato que foi extraviado. Por sua vez, a Unicamp constatou que cerca de R$ 3 milhões dos recursos movimentados pela ex-funcionária foram desviados das pesquisas.
Apesar da suspeita recair sobre uma ex-funcionária da universidade, há questionamentos sobre a responsabilidade dos professores. A Fapesp argumenta que os professores, que também atuam como pesquisadores, deveriam monitorar o uso dos recursos, uma vez que as verbas foram concedidas pessoalmente a eles. Por isso, a Fundação está cobrando o ressarcimento aos cofres públicos.
A Fundação ressaltou ao MP-SP que qualquer pagamento ou transferência de valores oriundos dela só poderia ter sido realizado mediante senha do cartão BB Pesquisa, o que sugere negligência por parte dos pesquisadores em relação à guarda desse código secreto.
Os termos de outorga da Fapesp confirmam que os recursos são disponibilizados diretamente ao professor/pesquisador, sendo de sua responsabilidade o uso correto dos valores.
Decisões Divergentes e Cobranças Judiciais
Diante da cobrança de restituição dos valores desviados, os professores do IB entraram com ações na Justiça, alegando que a responsabilidade pelo reembolso é da Unicamp. Os processos estão sob sigilo, mas o g1 apurou que os juízes de Campinas têm emitido decisões divergentes.
Na 1ª Vara da Fazenda Pública, o juiz concedeu liminar aos pesquisadores, suspendendo a obrigatoriedade dos reembolsos até o fim das investigações. Por outro lado, os juízes da 3ª e 4ª Varas da Fazenda Pública negaram os pedidos de liminar e autorizaram a cobrança dos valores desviados, considerando a responsabilidade do pesquisador.
A defesa dos pesquisadores argumenta que a responsabilidade pela verba era da Unicamp, pois foi a universidade que colocou Ligiane para operacionalizar a contratação de serviços e compras para as pesquisas. A situação continua sob análise judicial, com decisões variadas sobre quem deve arcar com os desvios de verba.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo