Abordagem terapêutica complementar para o bem-estar mental, usando leitura passiva e escrita como serviços de apoio.
A biblioterapia é uma prática terapêutica que usa a leitura como ferramenta de apoio emocional e psicológico que vem ganhando espaço como abordagem complementar a outros tratamentos convencionais para a saúde mental. A prática envolve a leitura de textos ou livros com o objetivo de promover o autoconhecimento, a empatia e também aliviar o estresse, destacando a importância da biblioterapia no cuidado da saúde mental.
Além disso, a terapia com livros ou terapia literária, também conhecida como leitura terapêutica, tem se mostrado eficaz no auxílio ao tratamento de diversos transtornos emocionais, proporcionando um espaço seguro para reflexão e transformação pessoal. A prática da biblioterapia pode ser uma aliada valiosa no processo de cura e bem-estar, promovendo o equilíbrio mental e emocional.
Biblioterapia: uma abordagem terapêutica complementar
Embora ela não substitua a terapia tradicional ou a medicação, pode trazer benefícios significativos para o bem-estar mental e emocional das pessoas, afirmam especialistas. A prática da biblioterapia é indicada em diversas situações, não apenas para amenizar sofrimentos, mas também para ampliar repertórios, melhorar a comunicação, fomentar a criação de vínculos, nutrir o pensamento crítico, aliviar a tensão do cotidiano e restaurar o encantamento, como explica Cristiana Seixas, psicóloga e biblioterapeuta.
Em uma sessão de biblioterapia, a pessoa, em conjunto com um psicólogo, bibliotecário ou profissional habilitado na técnica, seleciona livros e materiais de leitura específicos, de acordo com seus objetivos e necessidades. O acervo é diversificado, incluindo literatura brasileira, estrangeira, poesia, contos, crônicas, literatura infantil e juvenil, ou trechos de romances.
‘A maioria dos profissionais que trabalham com a biblioterapia optam por indicar e utilizar em seus encontros as obras literárias, pois acreditamos que elas carregam uma linguagem simbólica, metafórica que nos transporta para outros mundos, fazendo com que o material lido ou escutado se conecte com nosso interior e nos conduza para a narrativa’, destaca a biblioterapeuta Katty Anne de Souza Nunes. A seleção dos livros deve ser criteriosa, apresentando obras que ampliem nossas percepções de mundo e permitam a identificação e a ampliação do diálogo.
A biblioterapia pode ser realizada tanto individualmente quanto em grupo. Além dos consultórios, ela pode ser aplicada em diversos espaços, como escolas, bibliotecas, hospitais, condomínios, residências, casas de detenção e asilos, por exemplo. Vale ressaltar que a biblioterapia não se limita apenas à leitura passiva. São empregadas técnicas específicas para potencializar seus benefícios terapêuticos.
Os tipos mais comuns de biblioterapia incluem a reflexiva, na qual se busca que a pessoa reflita profundamente sobre o texto, conectando-o com suas próprias experiências; a dialogada, que envolve discussões sobre o texto lido para explorar sentimentos e insights gerados pela leitura; e a escrita terapêutica, na qual a leitura é complementada com exercícios de escrita, permitindo que os pacientes expressem suas emoções e pensamentos.
Muitas bibliotecas públicas e centros comunitários oferecem programas de biblioterapia, além de terapeutas especializados que prestam atendimento em consultórios privados. Faculdades e escolas também estão integrando a prática em seus serviços de apoio estudantil. Para aqueles que desejam explorar a biblioterapia de forma independente, existem grupos de leitura online e plataformas digitais que disponibilizam listas de livros recomendados e orientações sobre como praticar a leitura terapêutica.
Biblioterapia é um recurso coadjuvante, como ressalta o psicanalista e psicólogo Cleidinaldo Passos, destacando seus benefícios e sua importância como uma abordagem terapêutica complementar no tratamento.
Fonte: © CNN Brasil
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