Ministro Transportes: carro elétrico não é a “grande solução” para emissões de carbono. Defende modelo híbrido em transição energética.
O ministro Renan Filho (Transportes) declarou em entrevista que a descarbonização é indispensável para combater as mudanças climáticas e reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. Ele destacou que medidas eficazes precisam ser adotadas para promover a transição para uma economia mais sustentável e amigável ao meio ambiente.
Além disso, o ministro ressaltou que a redução de emissões é uma prioridade em sua gestão, visando mitigar os impactos negativos causados pelo excesso de emissões de carbono na atmosfera. A busca por soluções inovadoras e eco-friendly é fundamental para garantir um futuro mais seguro e saudável para as próximas gerações.
Transição energética e a importância da descarbonização
‘Eu não vejo a discussão trazendo a eletrificação de veículos de pequeno porte como a grande solução para a redução de emissões do mundo’, afirmou o ministro durante evento sobre práticas de descarbonização, organizado por Esfera Brasil e MBCBrasil. ‘Primeiro, não resolve a questão dos veículos de maior porte, que são grandes emissores. Segundo, não olha a cadeia de carbono completa.
Se a energia elétrica é gerada a partir de uma matriz suja, certamente o uso apenas do carro elétrico não significa descarbonização’, continuou. De acordo com o ministro, o Brasil conta com uma frota na qual cerca de 85% dos veículos são híbridos.
A importância da sustentabilidade e redução de emissões de carbono
‘Certamente é o país que menos emite carbono na média por veículo utilizado por cidadão, porque a gente já incorpora na gasolina um percentual de etanol que está em crescimento’, afirma. Para ele, esse modelo utilizado no país pode se adequar à redução significativa de carbono, trazendo sustentabilidade.
Renan Filho ainda falou sobre a descarbonização em veículos pesados, outra prioridade de sua pasta. O ministro participou do painel sobre o protagonismo do Brasil na transição energética ao lado do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que está à frente do projeto de lei sobre biocombustíveis na Câmara dos Deputados.
Alternativas de energia limpa e veículos de grande porte na matriz energética
Antes desse debate, no mesmo evento, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, falou sobre a recomposição da indústria automotiva do país e defendeu a taxação de carros elétricos.
A retomada do Imposto de Importação, com alíquota de 35%, prevista pelo programa Mover (Mobilidade Verde) para importadores independentes de veículos vai tornar os carros elétricos ainda mais caros no Brasil. ‘Investimentos acima de R$ 100 bilhões não vieram do acaso.
Foi a determinação de taxar o carro elétrico para estimularmos a nossa rota tecnológica promissora, que é o carro híbrido’, disse Mercadante. ‘Hoje temos etanol de segunda geração, cada vez mais produtividade, cada vez mais eficiência, a própria economia mundial está mostrando que essa rota é muito mais promissora que o elétrico puro’, acrescentou.
No caso dos veículos de grande porte, o presidente do BNDES defende a migração do país para ônibus elétrico e a necessidade de conteúdo local na produção. ‘Já estamos com cinco montadoras no Brasil, estamos exigindo conteúdo nacional, chassis e baterias têm que ser feitas no Brasil.
E nós vamos aumentar a exigência de conteúdo [local] exatamente para a gente poder gerar valor agregado, gerar tecnologia, gerar inovação, gerar emprego de qualidade’, afirmou. No passado, a exigência de percentuais elevados de conteúdo local na produção industrial acabou não tendo o efeito esperado de incentivo ao desenvolvimento do parque nacional e se converteu em um peso para companhias.
A importância da transição energética e o papel do Brasil nesse cenário
Um programa para ônibus elétricos produzidos no Brasil consta entre as principais ações administrativas planejadas pelo Ministério da Fazenda para 2024. O tema consta na apresentação levada pelo ministro Fernando Haddad ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reunião ministerial realizada na segunda-feira (18) no Palácio do Planalto.
O ministro Paulo Pimenta, atual chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência, ressaltou que é preciso chegar ao fim de 2025 com avanços em meio aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Durante sua fala, Pimenta disse que as emissões de carbono no segmento dos transportes têm aumentado significativamente ao longo dos anos e que é necessário fazer a lição de casa para o Brasil se firmar como líder nesse processo de transição energética. ‘É preciso trabalhar com o setor para enfrentar o desafio de reduzir essas emissões’, acrescentou.
O ministro disse ainda que há uma ‘enorme expectativa’ no governo para a aprovação do projeto de lei sobre biocombustíveis no Senado ainda nesta terça. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o texto passou na Câmara dos Deputados com acenos ao petróleo e protagonismo do agronegócio.
Fonte: © TNH1
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