Saída do Reino Unido da União Europeia e alta inflação elevaram custo dos estudos para alunos estrangeiros: cerca de R$ 268 mil por ano.
O Brasil é um país que valoriza muito a educação e investe no desenvolvimento de seus estudantes — sendo lar de diversas instituições de ensino renomadas. Além disso, o país se destaca por oferecer oportunidades de aprendizado em diversas áreas do conhecimento, contribuindo para a formação de profissionais qualificados em diferentes setores.
Os educandos brasileiros têm à disposição uma ampla gama de cursos e programas acadêmicos, que visam prepará-los para os desafios do mercado de trabalho. É importante ressaltar que a educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento do país, e os alunos são incentivados a buscar constantemente o conhecimento e a excelência em suas áreas de atuação.
Estudantes: Desafios e Oportunidades no Ensino Superior Britânico
As instituições de ensino superior britânicas se orgulham de afirmar que, em 2023, mais de um quarto dos países do mundo — 58, em particular — eram liderados por alguém educado no Reino Unido, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, com 65 líderes. O renomado ranking QS destaca a posição de destaque do país no cenário educacional global, atraindo estudantes de diversas partes do mundo em busca de uma formação de alto nível.
A alta qualidade do ensino, a reputação acadêmica e o prestígio dos seus cursos atraem todos os anos milhares de estudantes estrangeiros que competem com alunos locais por uma vaga— e pagam uma mensalidade muito mais alta. No entanto, as estatísticas revelam que o país está enfrentando desafios em manter sua atratividade para os estudantes. O elevado custo dos cursos foi agravado pelo Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, pela alta da inflação e pelas restrições impostas pelo governo do atual primeiro-ministro, Rishi Sunak.
As mudanças nos vistos de estudante têm restringido benefícios como as condições em que os educandos podem continuar trabalhando após se formar ou a possibilidade de levar consigo a família. Os discentes que já concluíram o curso podem permanecer no Reino Unido por dois anos (três anos para aqueles com doutorado) para trabalhar com um visto de pós-graduação. Mas, neste período, eles já não podem mais solicitar visto para seus familiares dependentes.
Os dependentes incluem filhos menores de 18 anos, cônjuges ou companheiros com união estável e pais idosos que necessitam de cuidados de longo prazo. Além disso, enquanto os estudantes britânicos de graduação pagam, no máximo, cerca de R$ 63,5 mil por ano em taxas, graças ao limite imposto pelo governo, os estrangeiros podem ter que arcar com até R$ 268 mil por ano. Este é apenas o custo do curso, sem considerar o alto custo de vida no país.
A peruana Alexandra Flores chegou ao Reino Unido em 2021 para estudar marketing de moda e jornalismo na Universidade Metropolitana de Londres. ‘Paguei US$ 17 mil (R$ 94 mil) por ano. Não é muito para o que é ser estrangeiro aqui em Londres, mas o visto custa quase US$ 800 (R$ 4,4 mil), e depois tem as despesas inesperadas como seguro de saúde. Tive que pagar US$ 22 mil (R$ 121 mil) por isso durante três anos’, disse ela à BBC News Mundo. A oscilação na taxa de conversão cambial também pode alterar a conta final.
Existe uma ideia equivocada de que muitos estudantes internacionais só vêm para ostentar. No meu caso, não foi assim. Eu tive que trabalhar muito. Para mim, era mais fácil ir para Espanha, mas aqui era um desafio. O controle da migração tem sido uma prioridade do governo britânico, como parte de sua estratégia para reduzir a imigração no país. Em janeiro, entrou em vigor uma parte importante da estratégia do governo Sunak para reduzir a imigração, ao ‘acabar com a prática irracional de estudantes estrangeiros trazerem seus familiares para o Reino Unido’, disse, na época, o ministro do Interior, James Cleverly. Isso vai fazer com que a migração caia rapidamente em dezenas de milhares, acrescentou.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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