Construtoras buscam funding imobiliário para financiar canteiros de obra, utilizando instrumentos de crédito do Sistema Brasileiro, como o Fundo de Garantia, no mercado imobiliário.
Do projeto arquitetônico ao término da obra, um empreendimento imobiliário passa por uma trajetória longa e complexa que exige uma grande quantidade de recursos financeiros. Nesse sentido, o financiamento é um fator crucial para que o projeto se torne realidade, pois é ele que possibilita a aquisição de materiais, como tijolos e cimento, e a contratação de mão de obra especializada, como pedreiros e operadores de guindastes.
Além disso, o financiamento pode ser obtido por meio de diferentes fontes, como funding de investidores, crédito bancário ou empréstimo de instituições financeiras. É importante lembrar que a escolha da fonte de financiamento certa pode fazer toda a diferença no sucesso do projeto. Um planejamento financeiro sólido é fundamental para evitar problemas durante a execução da obra. Com um financiamento adequado, é possível garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo e do orçamento estabelecido.
Financiamento de Projetos Imobiliários: Desafios e Oportunidades
No mercado imobiliário brasileiro, as pequenas e médias construtoras enfrentam desafios significativos para financiar seus projetos. Nesse contexto, o financiamento se torna uma ferramenta essencial para a realização de canteiros de obra. O funding, termo utilizado pelo mercado imobiliário, refere-se ao processo de captação de recursos financeiros para financiar uma obra. Trata-se de um tipo de empréstimo oferecido por instituições ou fundos, com a expectativa de lucrar no futuro.
No Brasil, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) são os principais credores. O impacto da poupança é significativo, com um volume financiado de R$ 100,1 bilhões nos primeiros sete meses de 2024, o que representou o financiamento de 302,2 mil imóveis. Além disso, os recursos utilizados pelo setor oriundos da SBPE foram de R$ 23,7 bilhões entre janeiro e julho deste ano, um crescimento de 26% em relação ao mesmo período de 2023.
Limitações do Financiamento Tradicional
No entanto, analistas apontam que apenas a poupança e o FGTS não são mais suficientes para suportar toda a demanda do setor. ‘Essas fontes de recursos têm limitações’, analisa Raul Gomes, Superintendente Nacional de Habitação Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal. ‘A captação de recursos via poupança pode ser influenciada por fatores macroeconômicos como taxas de juros e inflação, que afetam o comportamento dos investidores e poupadores. Da mesma forma, o FGTS é um fundo limitado, cuja sustentabilidade depende das contribuições dos empregadores e do saldo existente.’
Alternativas de Financiamento
Com o aumento da demanda, há uma necessidade crescente de recursos. ‘O mercado imobiliário é do tamanho do ‘funding’ para o setor’, afirma o Presidente do Secovi-SP. Em um país com um déficit habitacional de 6 milhões de domicílios, segundo dados de 2022 divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP), é natural que incentivos à moradia se tornem programas políticos, movimentem a economia e impulsionem uma indústria milionária. Daí, a demanda crescente de empresários do setor vem abrindo caminho para modelos alternativos de financiamento.
Exemplos de Projetos de Financiamento
A construtora Haute S/A, fundada em 2021, é um exemplo de empresa que buscou alternativas de financiamento para realizar um projeto de alto padrão na cidade de Teresina, capital do Piauí. O projeto visa preencher uma lacuna no mercado local, oferecendo unidades de 86 m². O primeiro passo foi encontrar o terreno, que foi escolhido no bairro de Fátima, segundo metro quadrado mais caro da capital.
Fonte: © Estadão Imóveis
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