ANPD investiga projeto da World que utiliza coleta de íris com tecnologia de segurança para distinguir humanos de robôs e verificar conformidade com a LGPD, em um mercado que já inclui EUA, México, Espanha, Portugal e Alemanha.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) está empenhada em garantir a proteção dos cidadãos brasileiros em áreas sensíveis, como a coleta de íris e outros dados pessoais. No âmbito desta preocupação, a organização tem tomado medidas de fiscalização para garantir o cumprimento das regras de proteção de dados, evitando possíveis abusos.
A World, uma organização que se apresenta como uma empresa de tecnologia, iniciou, em 13 de março, o escaneamento de íris de brasileiros interessados em participar de um teste. Essa ação foi realizada em dez pontos da cidade de São Paulo, e a ANPD abriu um processo de fiscalização para investigar a situação. Neste contexto, é crucial garantir a segurança e a confidencialidade dos dados pessoais, como íris, e evitar a exposição indevida de informações sensíveis.
Tecnologia de Segurança: Novo Registro de Íris em São Paulo
Com o objetivo de distingir humanos de robôs criados por inteligência artificial (IA), a World, uma organização criada por Sam Altman e Alex Blania, lançou o registro de íris na cidade de São Paulo, no Brasil. O registro é gratuito e oferece como incentivo 25 tokens da Worldcoin, uma moeda digital que, na cotação atual, tem um valor próximo a R$ 330,00. A World já opera em países como Estados Unidos, México, Espanha, Portugal e Alemanha, e o lançamento oficial no Brasil aconteceu na quarta-feira passada.
A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, afirmou que buscará mais informações sobre o funcionamento do projeto no país e irá verificar se a empresa está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A ANPD se reuniu com representantes da World para esclarecer dúvidas sobre o projeto e entregar o documento que formaliza o pedido de explicações adicionais.
A World afirma que está à disposição das autoridades reguladoras dos países em que atua para esclarecer seu projeto e busca cumprir todas as leis e regulamentações relacionadas ao processamento de dados pessoais nos mercados onde opera.
O Projeto da World: Uma Visão de Proteção de Dados
O projeto da World visa auxiliar na distinção entre humanos e robôs criados por IA, utilizando a tecnologia de coleta de íris para criar um código numérico para identificar cada usuário. A ‘foto’ da íris da pessoa é tirada com a câmera Orb e é usada para criar um código numérico para identificar cada usuário, que, de acordo com a World, é apagado logo em seguida. Além disso, a tecnologia ainda pode substituir o Captcha, uma ferramenta de segurança usada por vários sites para certificar que quem está acessando é um humano e não um robô.
O segundo semestre do ano passado, a Word chegou a disponibilizar três locais de atendimento em São Paulo, mas disse que a operação era apenas um teste e que os ‘serviços não tinham a previsão de serem permanentes no momento’. A estrutura da World tem três frentes: o World ID, o Token Worldcoin (WLD) e o World App, que permite fazer transações com a criptomoeda.
A ANPD instaurou um processo de fiscalização com o objetivo de obter mais informações sobre o projeto e avaliar a sua conformidade com a LGPD. A equipe de fiscalização da ANPD se reuniu virtualmente com representantes da empresa, que expuseram uma visão geral do projeto e responderam a perguntas.
A World acredita que essa tecnologia pode substituir o Captcha, uma ferramenta de segurança usada por vários sites para certificar que quem está acessando é um humano e não um robô. A ‘foto’ da íris da pessoa é tirada com a câmera Orb e é usada para criar um código numérico para identificar cada usuário, que, de acordo com a World, é apagado logo em seguida. Além disso, a tecnologia ainda pode ser usada para prevenir perfis falsos em sites e redes sociais.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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