Imunizante do instituto em fase final de testes aguarda autorização da Anvisa para ampliação da capacidade produtiva e início da vacinação.
O Instituto Butantan está se preparando para produzir inicialmente 10 milhões de doses de sua vacina da dengue, um imunizante cuja eficácia está sendo comprovada durante os testes clínicos. A expectativa é que essa nova vacina esteja disponível para a população no próximo ano, contribuindo assim para a prevenção da doença.
O desenvolvimento desse imunizante é resultado de anos de pesquisa e investimento em tecnologia, mostrando o compromisso do Instituto Butantan com a saúde pública. A produção em larga escala dessas vacinas comprovadamente eficazes é essencial para a prevenção de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue.
Otimismo em relação à vacina brasileira
A informação sobre a capacidade produtiva foi compartilhada pelo secretário da saúde estadual de São Paulo, Eleuses Paiva, durante uma entrevista à Rádio Eldorado na última quinta-feira, 28. As expectativas são altas em relação à aprovação do novo imunizante, pois ele promete ter a mesma eficácia da vacina atualmente disponível no SUS, produzida pela empresa japonesa Takeda, com uma eficácia de cerca de 80%. A grande vantagem dessa nova vacina é ser de dose única e ter produção nacional, o que contribuiria para a redução de custos.
Desafios da capacidade produtiva e vacinação
O esquema vacinal do imunizante da farmacêutica asiática consiste em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Apesar do otimismo em relação à vacina nacional, a limitação da capacidade produtiva, tanto da fabricante internacional quanto do Butantan, indica que será um desafio imunizar a maioria da população tão rapidamente contra a doença. Na campanha atual, a Takeda disponibilizou apenas cerca de 6 milhões de doses para o Ministério da Saúde, o que limitou o número de pessoas imunizadas a 3 milhões.
Devido a isso, o governo federal restringiu a vacinação para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em alguns municípios com uma situação epidemiológica mais preocupante. Com a previsão de 10 milhões de doses do Butantan, a campanha provavelmente continuaria focada em uma faixa etária específica. No entanto, Paiva mencionou que há um esforço em andamento no Butantan para aumentar a capacidade produtiva e pretende alcançar a produção de 40 milhões de doses.
Ampliação dos estudos clínicos e registro
Questionada sobre o cronograma para a produção das 10 milhões de doses, a assessoria do Instituto Butantan não conseguiu fornecer uma resposta definitiva. No entanto, foi confirmado que a capacidade produtiva está sendo ampliada. Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, indicou que os estudos clínicos devem ser concluídos entre junho e julho, com o pedido de registro à Anvisa previsto para o segundo semestre.
Em janeiro, Kallás afirmou que o instituto tem como alvo finalizar todos os processos necessários até setembro, ressaltando que é um processo complexo e que podem ocorrer ajustes no prazo. Por enquanto, a capacidade produtiva do Instituto Butantan já permite a produção de aproximadamente 10 milhões de doses de sua vacina contra a dengue. A instituição está focada em garantir que todos os requisitos sejam atendidos para o registro do imunizante.
Atualização sobre casos de dengue em São Paulo
O secretário atualizou os números da dengue no estado de São Paulo, destacando que mais de 800 mil casos da doença foram notificados em 2024, com 345 mil confirmações e 146 mortes registradas. Ele informou que o estado ainda não chegou ao pico da epidemia deste ano, e a rede de unidades de saúde está preparada para atender a demanda. A situação epidemiológica da dengue continua sendo monitorada de perto pelas autoridades de saúde no estado.
Fonte: @ Estadão
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