Empresa pagará multas de até US$ 487 mi por erros de segurança, abaixo do pedido das famílias das vítimas. Incluirá monitor independente.
A Boeing concordou em admitir culpa em uma acusação de conspiração para enganar a agência de aviação dos Estados Unidos por seu envolvimento em dois acidentes fatais do 737 Max, conforme divulgado pelo Departamento de Justiça em um processo judicial no domingo. A decisão da Boeing representa um marco importante em meio aos desafios enfrentados pela empresa no setor aeroespacial.
Além disso, a fabricante de aeronaves concordou em pagar até US$ 487 milhões em multas, uma quantia significativamente menor do que os US$ 24,8 bilhões solicitados pelas famílias das vítimas dos acidentes. A Boeing enfrenta agora as consequências legais de suas ações, em um desdobramento que impactará diretamente sua reputação e operações no mercado internacional.
Boeing: Fabricante de Aeronaves Enfrenta Acusações e Processo Judicial
As famílias das vítimas de dois acidentes fatais do 737 Max se opõem veementemente ao acordo proposto pelo Departamento de Justiça. A confissão de culpa é um golpe severo para a reputação da Boeing, uma renomada fabricante de aeronaves que agora se vê no centro de uma tempestade de acusações e processos judiciais.
Além dos trágicos acidentes envolvendo os jatos 737 Max, a empresa enfrentou uma série de questões relacionadas à segurança e qualidade de suas aeronaves. Em janeiro, um incidente envolvendo um plugue de porta em um 737 Max operado pela Alaska Airlines gerou preocupações, causando danos à reputação da Boeing.
O acordo em discussão estabelece que a Boeing terá que operar sob a supervisão rigorosa de um monitor independente, designado pelo governo, por um período de três anos. No entanto, as famílias das vítimas não se mostraram satisfeitas com essa medida punitiva, alegando que não é suficiente para reparar as perdas irreparáveis.
‘Este acordo favorável não reconhece a gravidade da conspiração da Boeing, que resultou na morte de 346 pessoas’, afirmou Paul Cassell, professor de direito da Universidade de Utah, representante de muitos familiares das vítimas dos acidentes da Lion Air e Ethiopian Air. Ele enfatizou que o acordo não atende ao interesse público.
As famílias buscam um julgamento público para que as acusações contra a Boeing sejam devidamente esclarecidas. Enquanto isso, o Departamento de Justiça defende o acordo, argumentando que as penalidades impostas à Boeing são as mais severas possíveis. A justiça ressalta a importância de garantir que a empresa invista em segurança e conformidade com as normas da aviação.
A declaração do DOJ destaca que a resolução visa proteger o público americano, exigindo que a Boeing faça investimentos significativos em seus programas de conformidade e segurança. Além disso, a condenação criminal demonstra o compromisso do departamento em responsabilizar a Boeing por suas ações.
Embora nenhum indivíduo enfrente acusações criminais neste acordo, o DOJ alerta que a empresa não terá imunidade para futuras condutas inadequadas. A possibilidade de mais problemas legais para a Boeing e seus executivos não está descartada, pois o departamento está comprometido em garantir a responsabilização corporativa.
Fonte: © CNN Brasil
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