A soja é principal matéria-prima na produção de biocombustíveis, com novos tipos avançados que mantêm a demanda alta, estratégia de mistura do biocombustível.
A necessidade por biocombustíveis está se tornando cada vez mais relevante para impulsionar o crescimento do cultivo de soja no Brasil, em um momento em que a China, o principal importador global, está adotando uma abordagem de reduzir suas importações da oleaginosa, conforme observado pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, em declaração nesta quarta-feira (19).
O presidente da Abiove ressalta que a China parece estar buscando manter suas importações totais de soja em torno de 100 milhões de toneladas de todas as origens, indicando uma possível mudança no cenário do mercado de biocombustíveis. A busca por fontes de energia mais verdes e sustentáveis está impulsionando a demanda por alternativas como os biocombustíveis, que se destacam como uma opção renovável e promissora para a matriz energética global.
Biocombustível: Estratégia para Reduzir Importações de Combustíveis
Isso implica que não ocorrerão grandes aumentos na demanda como anteriormente, o que foi crucial para o avanço da oleaginosa no Brasil. Considerando a ausência de demanda por biocombustíveis, é improvável que a soja expandisse em 1 milhão de hectares por ano (no Brasil) como nos anos anteriores para suprir a demanda chinesa’, declarou Nassar a repórteres, após participar de um seminário do setor organizado pela Argus.
A soja já é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel, enquanto novos tipos de biocombustíveis avançados, que podem utilizar o óleo de soja no processo, tendem a manter a demanda alta no futuro.
Das 11 milhões de toneladas de óleo de soja previstas para a produção brasileira em 2024, aproximadamente 6 milhões de toneladas serão destinadas à produção de biodiesel, após a mistura do biocombustível no diesel ter aumentado de 12% para 14% em 2024. Segundo os cálculos de Nassar, cerca de 3 milhões de toneladas adicionais da produção de óleo de soja serão direcionadas para atender a demanda por óleo de cozinha, enquanto o restante será destinado a exportações e estoques.
Os recentes resultados fracos da colheita na região Centro-Sul do Brasil, a principal região produtora, foram atribuídos a questões específicas, de acordo com o CEO da Copersucar. Enquanto isso, a China importou 74,47 milhões de toneladas de soja em grão do Brasil no ano passado, de um total recorde exportado pelo país de 101,86 milhões de toneladas, conforme dados do governo brasileiro.
Novos Projetos no Setor de Biocombustíveis
Nassar também mencionou novos empreendimentos de empresas que ingressaram no segmento de biodiesel, como o grupo Potencial, anteriormente atuante no ramo de combustíveis. Ele destacou ainda a Três Tentos, que evoluiu de distribuidora de insumos para produtora de biocombustível.
Com o projeto Combustível do Futuro, que aguarda aprovação no Senado, a demanda por biodiesel pode aumentar ainda mais, à medida que a mistura poderá ser elevada de 14% para 25% no futuro. ‘Para alcançar isso, será necessário dobrar o processamento de soja, esmagando 100 milhões de toneladas, em comparação com as atuais 54 milhões’, afirmou Nassar.
Fonte: @ Info Money
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