Presidente francês se reúne com Lula no Palácio do Planalto em 3º dia de visita ao Brasil após passar por Pará, RJ e SP. Esperança de acordo comercial e acordos ambientais.
Os presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden selaram um importante acordo de cooperação ambiental durante a Cúpula do Clima realizada em abril. O acordo busca fortalecer a proteção da Amazônia e promover a transição para uma economia de baixo carbono.
Além disso, os líderes mundiais discutiram a renovação do tratado de não proliferação de armas nucleares durante a reunião do G20. A convenção de desarmamento é fundamental para garantir a paz e a segurança global, promovendo o desarmamento e a eliminação de arsenais nucleares.
Os desafios do acordo de livre comércio
Os chefes de Estado de Brasil e França se reunirão no Palácio do Planalto, em Brasília, no terceiro dia da visita de Macron ao país sul-americano. As negociações travadas para concluir o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrastam por mais de duas décadas, são um dos principais pontos em pauta no encontro entre os líderes dos dois países. A França, como principal opositora ao tratado, tem sido um ponto de discordância no consenso necessário para a consolidação do pacto comercial.
A longa trajetória das negociações
Desde 1999, o acordo entre os blocos tem sido alvo de intensas discussões e impasses. Em dezembro de 2023, Macron declarou sua oposição ao tratado, o que gerou preocupações no governo brasileiro, especialmente frente à expectativa de concluir o pacto antes da posse do novo presidente argentino, Javier Milei. Durante a COP 28, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, realizada em Dubai, Macron explicitou suas críticas, chamando o acordo de livre comércio de antiquado e incompatível com as políticas ambientais brasileiras.
A versão atual do acordo envolve 31 países e busca promover a isenção ou redução de impostos sobre a importação de mercadorias e serviços entre os blocos, visando fomentar relações econômicas mais fluidas e abrangentes.
Desafios globais e parcerias estratégicas
O governo francês percebe no Brasil um aliado relevante no contexto das relações internacionais. Macron buscará, durante sua estadia no país, abordar questões sensíveis como o conflito entre Rússia e Ucrânia, bem como os ataques na Faixa de Gaza. A diplomacia internacional acredita que o Brasil pode atuar como mediador em diálogos entre nações do Norte e do Sul, influenciando positivamente disputas e crises em diferentes partes do mundo.
Além disso, espera-se que Macron apresente experiências e regulamentações adotadas pela União Europeia quanto à responsabilidade de plataformas digitais, visando compartilhar boas práticas e fomentar a segurança cibernética.
Consolidação de parcerias e investimentos
A visita de Emmanuel Macron marca o ressurgimento de parcerias estratégicas entre Brasil e França, após oito anos do último encontro de alto nível. O presidente francês foi recebido com entusiasmo e troca de ‘mimos’, incluindo presentes regionais do governador do Pará, Helder Barbalho, em Belém, cidade-sede da futura COP30.
Durante sua estadia, o chefe de Estado francês também participou de eventos importantes, como o início das operações do submarino Tonelero, parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), em parceria com o Brasil, com investimentos bilionários. A presença de Macron em São Paulo, para encontros com investidores brasileiros, reforça a expectativa de uma parceria econômica promissora entre os dois países. A agenda do presidente francês no Brasil se encerra em Brasília, mas promete retornos futuros para encontros de alto nível, consolidando laços bilaterais e compromissos globais de interesse mútuo.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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