Falta de atenção para a inteligência humana, que está por trás de toda mudança tecnológica atual, em negócios e habilidades estritamente humanos.
A inteligência artificial é um tema que tem sido amplamente discutido nos últimos anos, e muitas pessoas começaram a acreditar que ela é a resposta para todos os nossos desafios, ou o responsável por eles. No entanto, é importante lembrar que a inteligência artificial é apenas uma ferramenta, e sua eficácia depende da inteligência humana que a desenvolve e a utiliza.
Para que a inteligência artificial seja realmente eficaz, é necessário que os desenvolvedores e usuários tenham um raciocínio crítico e uma compreensão profunda do que a tecnologia pode e não pode fazer. Além disso, é fundamental que sejam capazes de distinguir entre a sabedoria humana e a capacidade de processamento de dados da inteligência artificial. A cognição humana é única e não pode ser replicada por máquinas, e é essa combinação de habilidades que torna a inteligência artificial uma ferramenta tão poderosa. A chave para o sucesso é encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e a inteligência humana.
A Inteligência Humana: O Fator Crítico por Trás da Tecnologia
A inteligência artificial está revolucionando a forma como vivemos e trabalhamos, mas é importante lembrar que a inteligência humana é o motor por trás de toda essa inovação. Embora a tecnologia seja capaz de processar grandes quantidades de dados e realizar tarefas complexas, é a inteligência humana que a torna possível. A falta de atenção para a inteligência humana é um problema grave, pois é ela que está por trás de toda e qualquer mudança tecnológica que a humanidade atravessa.
A inteligência humana é mais do que apenas habilidades técnicas, é também sobre maturidade, empatia e aptidão emocional. Essas competências são fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias que sejam capazes de aprender e se adaptar. Quem treina a IA? A partir de que tipo de conteúdo a tecnologia aprende e se desenvolve? Exatamente: o feito por humanos. A máquina pode encontrar facilmente regras de gramática e fórmulas científicas na sua base de dados, mas para formular respostas coesas e novas ideias, ela também bebe de conceitos estritamente humanos.
O Risco de Criar ‘Burras Artificiais’
Se os conceitos humanos estiverem enviesados, a IA também será. Nossas emoções, nosso raciocínio crítico, nosso modo de lidar com as pressões diárias, tudo isso também entra no funil de informações das IAs. E aí corremos o risco de criar, ao invés de inteligências artificiais, ‘burras artificiais’. Isso porque a tecnologia não tem como se conectar com a realidade de nenhuma outra maneira que não seja através dos dados. Se aqueles que providenciam esses dados também estão desconectados da realidade, o resultado não tem como ser positivo.
A falta de sabedoria e cognição em nossas ações e decisões pode levar a consequências negativas. É só olhar para o tanto de aprendizados que ainda não absorvemos como sociedade. Não aprendemos com as guerras, que continuam acontecendo; com a crise climática, que segue de mal a pior; com debates eleitorais que mais parece um circo. Até mesmo individualmente, ainda é fácil encontrar pessoas presas em suas bolhas. É assim que vemos empresários fazendo publicações que ofendem milhares de pessoas, sem nem terem parado para pensar nas consequências, de tão distante que estavam dos seus arredores.
A Inteligência Artificial: Uma Ferramenta, Não uma Solução
Portanto, eu não acho que a inteligência artificial conseguirá resolver tantos problemas, assim como também não será a causa de uma era desastrosa para os seres humanos. Ao que tudo indica, é a própria humanidade que continua seguindo por caminhos perigosos, e com muito mais dificuldade de ‘machine learning’. No fim das contas, a inteligência artificial é superestimada, enquanto a burrice humana é subestimada. Temo que Nelson Rodrigues estava certo quando disse que ‘os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos’.
Fonte: @Tech Mundo
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